“Parem de enviar armas ao crime de extermínio israelense”, exige na ONU o presidente palestino
“Não iremos embora, não iremos embora. A Palestina é nossa Pátria. É a terra dos nossos pais e avós e continuará sendo nossa. E se alguém deve sair, são os usurpadores e ocupantes”, manifestou Mahmud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina, iniciando seu discurso na Assembleia Geral da ONU, nesta quinta-feira (26).
“Venho a vocês hoje enquanto meu povo foi submetido por quase um ano e ainda é, a um dos crimes mais hediondos da era, um crime de guerra abrangente e genocídio realizado por Israel, o estado ocupante, um crime que até agora custou a vida de mais de 40.000 mártires, e milhares ainda estão sob os escombros, enquanto mais de 100.000 outros foram feridos, e centenas foram dizimados”, afirmou.
“Parem com esse crime, parem agora. Parem de matar crianças e mulheres. Parem com a guerra de extermínio. Parem de enviar armas para Israel. Essa loucura não pode continuar”.
“O mundo inteiro”, prosseguiu Abbas, “tem responsabilidade pelo que está acontecendo com nosso povo em Gaza, assim como na Cisjordânia, que está sendo submetida à agressão israelense diária e contínua, uma campanha de assentamento feroz e bárbara e terrorismo por gangues de colonos patrocinadas e apoiadas pelo governo israelense e pelo exército de ocupação.
“Tropas que estão demolindo centenas de casas na terra do Estado da Palestina, além do que Jerusalém, nossa capital eterna, está sendo submetida a campanhas de judaização e agressão contra a cidade, seus locais sagrados e marcos, a fim de mudar o status histórico e legal lá”, ressaltou.
Abbas condenou os Estados Unidos por vetarem resoluções contra Israel no Conselho de Segurança da ONU e por fornecerem armas que têm sido usadas para matar milhares de civis inocentes, pelo menos 41.534 palestinos em números registrados pelo Ministério da Saúde da Palestina, na sexta-feira (27).
“Apesar de nossas repetidas e urgentes demandas, o mundo não conseguiu forçar Israel, o Estado desonesto, a parar sua guerra genocida e crimes de guerra contra civis inocentes. Lamentamos que a administração dos EUA tenha vetado três resoluções do Conselho de Segurança pedindo a Israel que cessasse o fogo e, além disso, forneceu armas mortais que mataram milhares de crianças, mulheres e idosos inocentes, o que encorajou Israel a continuar sua agressão”,frisou
“São os mesmos Estados Unidos que foram o único membro do Conselho de Segurança da ONU que votou contra a concessão de plena filiação ao Estado da Palestina nas Nações Unidas. Não entendo como os Estados Unidos insistem em se opor ao nosso povo e insistem em privá-lo de seus direitos legítimos à liberdade e à independência”, denunciou.
O líder afirmou que Gaza está irreconhecível e pediu que a comunidade internacional imponha sanções a Israel. “75% de tudo em Gaza foi totalmente destruído”, alegou.
“Israel lança uma nova agressão contra o povo irmão do Líbano, que é agora vítima de outro genocídio. Israel tem de parar a guerra no Líbano e na Palestina. Exigimos que isso acabe imediatamente”, afirmou Abbas.
“Anunciei há várias semanas que decidi liderar a direção palestina para a Faixa de Gaza, para estar com nosso povo que está exausto pela guerra genocida israelense. Apelo a vocês para apoiar nossa decisão emitindo uma resolução da ONU a esse respeito e pressionar o governo de ocupação a não obstruir nossos esforços. Dou as boas-vindas a todos vocês que desejam se juntar a nós para ir à firme e paciente Gaza para testemunhar o crime cometido contra ela e contribuir para alcançar a paz e a estabilidade”, assinalou.
O presidente da Autoridade Palestina concluiu sua intervenção na Assembleia apresentando o conjunto de medidas que avalia ser necessário aplicar imediatamente e para o dia seguinte à guerra.
Fonte: Papiro