Para trabalhadores dos Correios, “plano de demissões compromete áreas estratégicas da estatal”
A Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios (Findect) criticou o Programa de Desligamento Voluntário (PDV), anunciado pela empresa. De acordo com a entidade, mesmo com o anúncio de um novo concurso público, as demissões em massa representam o esvaziamento da estatal.
“Desde 2011, a empresa não realiza concursos públicos, resultando em uma redução significativa na força de trabalho. A adesão de trabalhadores ao PDV pode agravar ainda mais essa situação. A falta de reposição adequada de pessoal compromete a capacidade operacional da empresa e pode levar a uma deterioração na qualidade dos serviços prestados à população. Apesar do recente anúncio de um concurso público com 3.468 vagas, essa medida é insuficiente para compensar a perda de trabalhadores e o crescente déficit de pessoal”, afirmou a entidade por meio de nota.
O plano de demissões dos Correios tem como alvo trabalhadores entre 55 e 75 anos, com mais de 25 anos de serviço. A Findect alerta que a saída de funcionários experientes pode afetar diretamente áreas estratégicas e prejudicar o treinamento e o desempenho dos novos contratados. A Federação ressalta ainda que o PDV carece de garantias para os trabalhadores, entre elas, a manutenção do plano de saúde vitalício, considerado o maior benefício que os trabalhadores dos Correios poderiam ter garantido após a saída da empresa.
A indenização, que deverá ser calculada com base na média salarial dos últimos 60 meses e outros critérios como idade e tempo de serviço, também tem sido considerada inadequada para justificar a saída de profissionais qualificados e experientes.
“A Findect critica fortemente o PDV por sua falta de transparência na discussão e elaboração dos critérios e de garantias adequadas para os trabalhadores. A ausência de uma proteção efetiva para o plano de saúde e o baixo incentivo financeiro demonstram um descompasso com as necessidades dos empregados e as condições que deveriam ser oferecidas para uma adesão segura e justa. A federação vê o PDV como um retrocesso nas conquistas da categoria e um sinal de precarização das condições de trabalho”, diz a federação.
Fonte: Página 8