A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) deram início, nesta terça-feira (10), à segunda fase da Operação Baal com mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes dos grupos criminosos do “novo cangaço”.

As investigações revelaram que pessoas com registro de Colecionador, Atirador Desportivos e Caçador (CAC) entregaram armas, munições e explosivos para os assaltantes usarem nas ações.

Vídeos obtidos pela investigação mostram um CAC ensinando os assaltantes a atirar com fuzis.

“Além disso, foram encontrados, vídeos em que um dos CACs ministra aulas de tiro de fuzil para outro integrante da organização criminosa. Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão domiciliar e três mandados de prisão preventiva em São Paulo e em Buri/SP”, informa a PF em nota.

Os CACs foram privilegiados durante o governo de Jair Bolsonaro com decretos que ampliaram o número de armas e munições liberados para cada um. O governo Lula reverteu várias dessas decisões.

Nesta terça-feira (10), foram cumpridos três mandados de prisão e dois de busca e apreensão em São Paulo e Buri (SP).

O chamado “novo cangaço” é uma prática de assaltos rápidos e altamente planejados em cidades pequenas visando, normalmente, caixas eletrônicos, agências bancárias e carros-forte. Os criminosos bloqueiam vias para impedir a chegada das forças policiais ao local do assalto.

Segundo a própria PF, essas ações “constituem uma forma de conflito não convencional e proveniente da evolução de crimes violentos contra o patrimônio, no qual grupos criminosos impedem a ação do poder público por meio do planejamento e execução de roubos que causam um verdadeiro terror social”.

A investigação foi conduzida pela PF e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público Federal.

As ações realizadas na primeira fase da Operação Baal culminaram na denúncia contra dezoito pessoas, sendo que todas foram aceitas pela Justiça. Em caso de condenação, os criminosos deverão pagar R$ 5 milhões como danos morais coletivos.

A investigação se iniciou após a prisão de diversos membros da organização criminosa durante uma tentativa de assalto, em 2023, contra uma base de valores em Confresa, no Mato Grosso.

Um dos mandados de prisão preventiva expedidos nesta terça-feira (10), segundo a PF, é contra um membro do grupo criminoso que ficou foragido entre 2005 e 2024. Ele foi preso em Campinas no âmbito de outra investigação.

Fonte: Página 8