Foto: reprodução/arquivo EBC

No Brasil, metade das crianças de zero a três anos de grupos sociais mais vulneráveis — que somam 4,5 milhões de um total de 9,9 milhões nessa idade — está fora das creches. Devido à sua condição socioeconômica, tal fatia deveria ter prioridade na ocupação das vagas. 

A informação consta em um levantamento inédito da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, que apresenta o Índice de Necessidade de Creche – Estados e Capitais (INC). 

Segundo o estudo, desse universo de 4,5 milhões de crianças, 25,7% fazem parte da fatia que não está em situação de pobreza, não são de famílias monoparentais e possuem mães/cuidadores economicamente ativos ou que seriam economicamente ativos se houvesse creche. 

Outros 13,2%  fazem parte do grupo composto por crianças em situação de pobreza, com renda mensal per capita inferior a R$ 218.

Já 5,4% não estão em situação de pobreza e são de famílias monoparentais, com apenas uma pessoa cuidadora por domicílio. Por fim, 1,6% dessas crianças não estão em situação de pobreza, não são de famílias monoparentais, não possuem mães/ cuidadores economicamente ativos e que tenham dificuldade, ou muita dificuldade, em exercer ao menos um dos domínios funcionais.

O Piauí é o estado com a maior necessidade de creches, com 53,1% das crianças em alguma das situações consideradas no estudo como prioritárias para a garantia da vaga. 

Já Rondônia é o estado com a menor porcentagem de crianças nessas situações, 32,6%. Entre as capitais, Salvador é a com a maior porcentagem, 61,7%, e Porto Velho, a com a menor, 32,2%.

“A gente cria esse indicador para informar os territórios. Mostrar que o tamanho da população em situação de pobreza é esse, o tamanho da população de família monoparental é esse, e assim por diante. Com base nisso, é possível que os territórios possam planejar a expansão da creche, possam planejar também a utilização de critérios de priorização no caso de não haver vagas para todas as crianças e famílias no primeiro momento”, explica a gerente de Políticas Públicas da Fundação, Karina Fasson, à Agência Brasil. 

Com informações da Agência Brasil

Foto: reprodução/arquivo EBC

(PL)