Governo brasileiro condena atentado terrorista de Israel com “pagers” no Líbano
O governo brasileiro divulgou nota, condenando o atentado terrorista operado pela ditadura israelense no Líbano e na Síria.
A explosão generalizada e simultânea de “pagers” adquiridos por libaneses em Taiwan causou a morte de 12 pessoas, incluindo uma criança, cegou mais de 500 pessoas, além de mais de 2,8 mil feridos. A ordem para a detonação simultânea dos aparelhos foi dada pelo gabinete de Netanyahu.
“Tais atos conduzem a escalada significativa de tensões na região e exacerbam o risco de alastramento do conflito. Demonstram, também, que, lamentavelmente, têm sido inócuos os múltiplos apelos da comunidade internacional para que atores no Oriente Médio exerçam máxima contenção”, diz a nota do governo brasileiro.
“Nesse contexto, o Brasil reitera o caráter imperativo do pleno respeito à soberania e à integridade territorial dos países e reafirma sua defesa do estrito cumprimento da Resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, destaca o comunicado. A embaixada do Brasil em Beirute informou que não tem registro de nacionais brasileiros entre as vítimas e “está empenhada em prestar as orientações devidas à comunidade brasileira na delicada situação securitária em que se encontra o Líbano”.
Firass Abiad, ministro da Saúde libanês, informou que os ferimentos mais graves atingiram o abdômen, as mãos e o rosto, devido à proximidade das vítimas com os pagers no momento das explosões. Os pagers, vistos por muitos um equipamento obsoleto, ainda são amplamente utilizados por profissionais de saúde e equipes de emergência. A explosão simultânea dos pagers deixou pouco tempo para os portadores se desfazerem dos aparelhos.
Um vídeo mostra um homem em uma motocicleta no exato momento em que o pager que ele carregava na cintura explode. Outro homem aparece fazendo compras num supermercado em Beirute quando o pager explode em seu abdome e ele cai no chão desfalecido. Há relatos de 12 pessoas feridas na Síria.
Embora o regime israelense ainda não tenha se pronunciado oficialmente, fontes próximas ao gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu confirmaram ao New York Times que a ordem partiu dele.
As explosões teriam sido causadas por infiltração na linha de montagem ou malware que superaqueceu as baterias e deixou pouco tempo para os portadores se desfazerem dos aparelhos. As explosões simultâneas em vários pontos do Líbano causaram pânico na população.
Fonte: Página 8