G20 aprova declaração focada em inovação e desenvolvimento sustentável
Na última quinta-feira (19), o Grupo de Trabalho de Pesquisa e Inovação do G20 aprovou uma declaração considerada histórica com foco na cooperação em inovação aberta e no desenvolvimento sustentável pela promoção de tecnologias que promovam a neutralidade de carbono e reduzam as emissões globais de gases de efeito estufa.
Os ministros e lideranças dos países que compõem o GT, além de dirigentes e representantes de Organismos internacionais, estiveram na capital do Amazonas, sob coordenação da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos (PCdoB), para o encontro que culminou na aprovação do documento chamado Declaração de Manaus (confira completo aqui, em inglês).
O texto com as diretrizes acatadas em consenso será trabalhado pelos chefes de Estado e governo na Cúpula de Líderes do G20 que acontece em novembro, no Rio de Janeiro (RJ).
Para melhor compreensão, o MCTI condensou os 5 principais tópicos aprovados pelo GT:
1. Inovação aberta como um pilar da cooperação internacional;
2. A promoção de tecnologias para alcançar neutralidade de carbono e reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa;
3. Inovação na saúde global, abordando as lições da pandemia de COVID-19;
4. Pesquisa para uma Amazônia sustentável, reconhecendo a importância de proteger a floresta tropical;
5. Diversidade, equidade e inclusão em ciência e tecnologia, com foco em dar voz a grupos historicamente marginalizados.
Os pontos tem como pilar o fortalecimento da cooperação e estão baseados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos na Agenda 2030 da ONU.
De acordo com a ministra Luciana Santos, para chegar à declaração final o grupo procurou as convergências que unem os países.
“Buscamos, com os países do G20, que representam mais de 85% da economia global, criar convergências nessa agenda estratégica para qualquer projeto de nação”, disse.
Nas redes sociais, a ministra afirmou que o encontro superou as expectativas: “O roteiro escolhido, inovação aberta e inclusão social, faz parte das diretrizes do presidente Lula de fazer com que esses fóruns de organismos internacionais pautem a diversidade, a equidade, a inclusão e possam, através da Ciência e Tecnologia, fazer grandes enfrentamentos. Elegemos a inovação aberta para mudanças climáticas, para o combate à fome, para a transição energética, para a transformação digital, ou seja, os desafios das nações precisam estar localizados na necessária transferência tecnológica ou operação comum de desenvolvimento de pesquisa, como forma de enfrentarmos os abismos que ainda existem na corrida pelo domínio tecnológico”, disse.
“O assunto da soberania e da autonomia tecnológica e, como consequência, a autonomia dos povos, entrou como central quando se trata da pauta da Ciência e Tecnologia e da Inovação aberta. Estou muito feliz. O G20, mais uma vez, revela as possibilidades de criar convergências e possibilitar uma agenda comum que enfrente as desigualdades”, completa Luciana Santos.
Também foi firmada, na ocasião, parceria entre o G20 e o Fórum Belmont para Pesquisa e Inovação na Amazônia, além de acordo para catalogação de espécies e expansão de bases de dados de biodiversidade por meio de plataformas de ciência aberta, com ênfase na proteção dos ecossistemas florestais e marinhos.
No encontro também estiveram presentes o governador do Amazonas, Wilson Lima, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, a ex-senadora (PCdoB) e atual Secretária-Geral interina da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica), Vanessa Grazziotin, além de membros e autoridades das delegações estrangeiras.