Federação dos Trabalhadores israelenses inicia greve geral contra sabotagem de Netanyahu a negociações
O presidente da Histadrut, a Federação dos Trabalhadores de Israel, Arnon Bar-David, declarou há pouco, neste domingo (1º de setembro), que a entidade está convocando greve geral na segunda-feira. A declaração ocorreu assim que os corpos de seis prisioneiros israelenses foram encontrados mortos em um túnel na Faixa de Gaza.
O anúncio aconteceu depois que Bar-David saiu de uma reunião com familiares dos israelenses detidos em mãos do Hamas. Ao convocar a greve geral, ele destacou que é “impossível ficar ao largo e negligenciar o fato de que nossos filhos estão morrendo em Gaza. Um acordo precisa ser alcançado. É mais importante do que qualquer outra coisa”.
“As lideranças sociais, econômicas e locais estão se comprovando, em contraste com o governo do Estado. Portanto, decidi que, a partir de amanhã, toda a economia do país vai parar, entrar em greve. Isto é para aplicar pressão sobre o gabinete ministerial para que pare com o abandono e salve os reféns ainda vivos através de um acordo e permita o retorno de 101 detidos”, acrescentou o dirigente sindical.
Como resultado do anúncio, o aeroporto internacional de Israel informou que todos os voos estão suspensos a partir desta segunda-feira, pela manhã, às 8:00.
Todas as escolas do país já anunciaram que estarão paradas na segunda-feira, a partir das 11:45. Já agora, na noite deste domingo, bares, restaurantes e lojas de conveniência estão fechando as portas.
Diversas das Câmaras Municipais, entre elas, Gezer e Guivataim já anunciaram que suspenderão todos os atendimentos públicos e convidaram os funcionários a se unirem a seus familiares nos protestos pelo país afora.
Empresas de advogados estão anunciando apoio à greve geral e às manifestações e oferecem apoio jurídico aos manifestantes e grevistas que venham a ser atingidos pela polícia.
A Prefeitura de Tel Aviv acaba de anunciar que está aderindo à convocação e que estará oficialmente participando do protesto na cidade.
Assim que souberam da convocação da greve, restaurantes estão colocando faixas e cartazes, chamando seus consumidores a participarem da manifestação já convocada para o entroncamento Kaplan.
A Associação dos Restaurantes lançou uma nota conclamando: “Não deixem as famílias dos reféns sozinhas”.
O afamado chefe israelense, Haim Cohen, que tem uma rede de restaurantes em Tel Aviv escreveu a seus funcionários na manhã deste domingo: “Acordamos para uma manhã negra, sem um raio de brilho de sol nos céus. Não vamos trabalhar esta noite. Vamos fechar nossas cozinhas para apoiar as famílias dos reféns”.
Os canais de TV 11,12 e 13 anunciaram mudanças em suas programações de shows e entretenimento para se dedicarem a cobrir as manifestações e os funerais dos israelenses que acabam de morrer em Gaza.
As salas de cinema de Tel Aviv já estão fechadas e a direção da Cinemateca de Tel Aviv conclamou seu público a “não permanecerem indiferentes em face da perda diária de vidas e pelo bem dos reféns”.
Fonte: Papiro