Preço da energia elétrica às famílias foi o subitem com maior impacto no IPCA-15 de setembro Foto: Helena Pontes /Agência IBGE de Notícias

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) desacelerou em setembro, ao ficar em 0,13% no mês, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira (25). Em agosto, o IPCA-15 -considerado a prévia da inflação oficial do país – foi de 0,19%.

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,15% e, nos últimos 12 meses, a taxa está em 4,12%, abaixo dos 4,35% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

O resultado do IPCA-15 veio bem abaixo das “expectativas” do mercado financeiro, que projetavam uma alta de 0,29% no indicador, para difundir a propaganda de que o Brasil está perdendo o controle da inflação, com o fim de elevar os juros ainda mais no país.

Segundo o IBGE, o núcleo de serviços caiu de 0,19% para 0%, enquanto os serviços em geral também resultaram em desaceleração, passando de 0,29% para 0,17%, apesar do “terrorismo” feito pelo Banco Central para manter os juros na lua. Os preços administrados, ainda que afetados pela bandeira vermelha, também desaceleraram: de 0,81% para 0,16%.

Em agosto deste ano, o IPCA amplo registrou deflação, ao registrar queda nos preços de – 0,02% no mês. Porém, apesar dos indicadores estarem mostrando que a inflação está baixa e controlada no Brasil, o Banco Central (BC) elevou o nível da taxa básica de juros (Selic), de 10,50% para 10,75%, na semana passada, buscando jogar para baixo a demanda de bens de consumo e serviços, além dos investimentos no país.

O BC também sinalizou que elevará ainda mais a Selic, sem qualquer motivo razoável, para aumentar ainda mais os ganhos extraordinários dos bancos e demais especuladores da dívida pública. Em 12 meses até julho deste ano, o setor público gastou R$ 869,8 bilhões (7,73% do PIB) com o pagamento de juros da dívida interna.

Na prévia da inflação de setembro, sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram altas no mês, com destaque para o grupo Habitação (0,50% e 0,08 p.p), que obteve a maior variação e o maior impacto no índice geral, puxado pelas tarifas de energia elétrica residencial, que passou de -0,42% em agosto para 0,84% em setembro, com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1, a partir de 1º de setembro.

As demais variações do indicador ficaram entre o recuo de 0,08% de Transportes e o aumento de 0,32% em Saúde e Cuidados Pessoais.

Veja, a seguir, o IPCA-15 por grupo:

  • Alimentação e bebidas: 0,05%;
  • Habitação: 0,50%;
  • Artigos de residência: 0,17%;
  • Vestuário: 0,12%;
  • Transportes: -0,08%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,32%;
  • Despesas pessoais: -0,04%;
  • Educação: 0,05%;
  • Comunicação: 0,07%.

Fonte: Página 8