Brasil investirá R$ 186 bilhões na indústria digital avançada
O governo federal anunciou, nesta quinta-feira (11), o investimento de R$ 186,6 bilhões, em recursos públicos e privados, na Missão 4 da Nova Indústria Brasil (NIB), que tem como desafio fortalecer as cadeias produtivas de semicondutores, robôs industriais e produtos e serviços digitais avançados.
Do total, R$ 42,2 bilhões já foram alocados pelo setor público e outros R$ 58,7 bilhões serão direcionados a partir de agora. Da parte do setor produtivo, os investimentos a serem anunciados somam R$ 85,7 bilhões. O objetivo é alavancar a indústria brasileira em setores como internet das coisas, inteligência artificial e big data.
Os primeiros investimentos serão direcionados à fabricação de chips, fibras óticas e robôs, instalação de datacenters e computação em nuvem, otimização de processos industriais, telecomunicações, eletromobilidade, desenvolvimento de softwares e implantação de redes de infraestrutura, entre outras áreas.
“Anunciamos investimentos públicos e privados de R$ 186 bilhões em setores da indústria digital até 2035. O PIB da economia digital gira em torno de 10%, e podemos fazer mais. Esse é um passo importante para o país”, declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelas redes sociais.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, pontuou que o objetivo principal da Missão 4 da NIB é transformar digitalmente 50% das empresas industriais brasileiras até 2033, com meta intermediária de 25% em 2026, assegurando que a participação da produção nacional triplique nos segmentos de tecnologias emergentes e disruptivas. Atualmente, o percentual de indústrias digitalizadas é de 18,9% (2023). “A Missão 4, que é a transformação e a transição digital, é estratégica e fundamental para o avanço da indústria no Brasil”, destacou.
Durante a cerimônia, o presidente Lula também sancionou o PL 13/2020, que cria o Programa Brasil Semicon e aprimora a Lei de TICs (tecnologia da informação e comunicação) e o Padis (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológica da Indústria de Semicondutores), que contará com incentivos de R$ 7 bi por ano para o setor.
De acordo com a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, o novo programa é vital para a economia do Brasil. “A Lei de TICs hoje beneficia mais de 500 empresas no Brasil, resultando em um investimento de R$ 2,8 bilhões em pesquisa, desenvolvimento e inovação e em mais de 100 mil postos de trabalho diretos na indústria incentivada, além de envolver mais de 20 mil pesquisadores de ICTs”, salientou.
Quanto ao Padis, ela explicou que em 2023 o programa levou a um investimento em pesquisa e desenvolvimento da ordem de R$ 62 milhões, gerando um faturamento de R$ 1,8 bilhão nas empresas incentivadas e R$ 88 milhões em crédito tributário. A expectativa é que, nos próximos anos, os investimentos em P&D na área de semicondutores atinjam mais de R$ 4 bilhões.
No mesmo evento, foi lançada ainda uma linha de crédito específica para investimento em data centers. Com R$ 2 bilhões, a nova linha de crédito é formada por recursos do BNDES e do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações, gerido pelo Ministério das Comunicações. Para projetos nas regiões Norte e Nordeste, a taxa de juros é a partir de 6,13%. Para as demais regiões, a partir de 8,5%.
O objetivo é investir na implantação de data centers, ambientes que processam, armazenam, tratam e distribuem dados no ambiente digital. Até 2030, a estimativa é que o volume de dados alcance 600 trilhões de gigabytes no mundo, exigindo cada vez mais infraestruturas para essa finalidade.
Com agências