Destruição se estendeu a Tulkarem, Nablus e Tubas | Foto: Ronald Schemidt/AFP

As forças da ocupação e extermínio de Netanyahu continuam pelo terceiro dia consecutivo sua agressão à cidade de Jenin ao norte da região palestina da Cisjordânia. Mais de vinte palestinos foram assassinados.

As tropas israelenses fazem uso de escavadeiras para destruir residências ao tempo em que disparam com rifles e metralhadoras além de bombas de gás lacrimogêneo, atingindo a população civil local.

Nesta sexta-feira (30), o correspondente da Agência de Notícias e Informações da Palestina, WAFA, relatou que um grande contingente de tropas israelenses conduziu buscas extensivas nas residências, agredindo e detendo moradores no bairro leste da cidade.

Invadiram casas também em outros bairros, submeteram os moradores a interrogatórios de campo e prenderam vários indivíduos, destruindo ruas e infraestrutura com escavadeiras.

Com o ataque à infraestrutura a falta de água se generalizou, afetando grandes áreas de Jenin e das regiões próximas.

Além disso, vários bairros enfrentam cortes de energia depois que tropas israelenses dispararam contra os principais geradores de eletricidade.

De manhã cedo, forças israelenses alvejaram veículos que realizavam tarefas humanitárias na cidade de Zababdeh, ao sul de Jenin. Um drone israelense realizou o ataque, enquanto o Crescente Vermelho Palestino denunciou que as forças israelenses impediram que suas ambulâncias chegassem ao local do ataque para atender feridos.

O chefe da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente, UNRWA, Philippe Lazzarini, assinalou que a entidade teve que suspender os serviços às comunidades em vários locais na Cisjordânia devido aos ataques israelenses, acrescentando que a operação estava afetando civis incluindo crianças no território ocupado.

Em entrevista à WAFA, o vice-diretor de Assuntos da UNRWA na Cisjordânia, Roland Friedrich, declarou que a agência estava observando com grande preocupação a situação humanitária nos campos de refugiados do norte da Cisjordânia após a ofensiva israelense em larga escala nas cidades de Jenin, Tulkarem, Tubas e Nablus, que já resultou na morte de 20 palestinos e feriu dezenas de pessoas, inclusive crianças, além de causar grande destruição de infraestrutura.

Enquanto Jenin, Tulakrem e Tubas – todas cidades no norte da Cisjordânia – testemunham a pior violência, as forças israelenses também atacaram outros lugares. Isso inclui Nablus e o campo de refugiados de Balata, a cidade de Anabta a leste de Tulkarem, a vila de Husan a oeste de Belém e áreas na província de Hebron.

A organização Voz Judaica pela Paz (Jewish Voice for Peace), com sede nos EUA, somando-se ao movimento contra a invasão de Israel à Palestina com a sustentação militar e financeira de Washington, frisou que o exército de Netanyahu está executando o seu maior ataque à Cisjordânia ocupada desde 2002, ao mesmo tempo em que continua a cometer genocídio em Gaza.

O grupo de direitos humanos denunciou nas suas redes sociais que milhares de militares israelenses estão bloqueando e atacando as cidades palestinas de Jenin, Nablus, Tulkarem e Tubas, ao mesmo tempo que cortam deliberadamente o fornecimento de água e eletricidade, cercam hospitais e impedem o acesso de ambulâncias para atender e deslocar feridos.

A organização enfatizou que esta invasão massiva e coordenada é um resultado direto da constante permissão e apoio do governo dos EUA às ações genocidas do regime israelense contra o povo palestino.

A Voz Judaica pela Paz declarou ainda que, “à medida que a violência aumenta, os colonos supremacistas judeus estão colaborando com os soldados israelenses para roubar rapidamente mais terras para os seus assentamentos ilegais em toda a Cisjordânia”.

“Com os Estados Unidos como colaboradores, os militares e colonos israelenses estão levando a cabo o objetivo do fascismo sionista: o máximo de terra com o mínimo de palestinos, o que significa a limpeza étnica completa e total dos palestinos das suas terras”, condenou a agrupação.

Neste sentido, a organização enfatizou a necessidade urgente de Washington pôr fim ao seu apoio armamentista à entidade ocupante.

“Nunca foi tão urgente exigir que o governo dos EUA pare de enviar armas ao exército israelense. Continuamos firmes na nossa dedicação a um futuro de justiça e segurança para todos, a um futuro livre do sionismo e do colonialismo”, enfatizou a Voz Judaica pela Paz.

Fonte: Papiro