Petrobrás anuncia R$ 870 milhões na reabertura da fábrica de fertilizantes no Paraná
A Petrobrás irá investir R$ 870 milhões para retomar as operações de sua subsidiária Araucária Nitrogenados S.A (ANSA) – empresa de fertilizantes, que foi desativada pelo governo Bolsonaro em 2020. Em comunicado, divulgado na quarta-ferira (14), a direção da estatal informou que a fábrica, localizada no Paraná, que teve sua reabertura aprovada em junho de 2024, está agora em processo de contratação de serviços e aquisição de materiais, “com previsão de conteúdo local superior a 85%”.
A previsão é de que a produção comece no segundo semestre de 2025, após mobilização dos contratos de serviços e manutenção dos equipamentos.
“Os estudos que antecederam a decisão de retorno das atividades da unidade comprovaram a viabilidade técnica e econômica do investimento”, ressalta a Petrobrás em nota.
“O projeto está em linha com as diretrizes estratégicas da companhia aprovadas no ano passado, pelas quais o investimento na produção de fertilizantes voltou a fazer parte do portfólio da Petrobrás”, pontua o documento.
ANSA, também conhecida por Fafen-PR, situada ao lado da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), tem capacidade de produção de 720 mil toneladas/ano de ureia (o que corresponde a 8% do mercado), 475 mil toneladas/ano de amônia, além de 450 mil m³/ano do Agente Redutor Líquido Automotivo (ARLA 32).
“O setor de fertilizantes tem importância estratégica para o país e para a Petrobrás”, afirmou a presidente da Petrobrás, Magda Chambriard. “Vai contribuir para reduzir a dependência nacional da importação de fertilizantes, gerando também emprego e renda”, acrescentou.
Estima-se que no período de retorno operacional serão gerados mais de 2 mil empregos, entre empregados da ANSA e das empresas contratadas. Após retorno operacional, devem ser mantidos cerca de 700 empregos diretos.
A gestão da Petrobrás informou também que irá investir cerca de R$ 3,2 bilhões na Repar. O montante destinado a paradas de manutenção e projetos de investimento na refinaria, que é pioneira na produção do Diesel R, segue o “Plano Estratégico 2024-2028” da estatal. O Diesel R é um combustível produzido a partir do coprocessamento de derivados de petróleo (parcela mineral) e matérias-primas de origem vegetal, como óleo de soja.
Atualmente a Repar atende 15% da produção nacional de derivados de petróleo, sendo que 85% do abastecimento vai para os estados do Paraná, Santa Catarina, sul de São Paulo e do Mato Grosso do Sul. A refinaria tem a capacidade instalada de 33 mil m³/d ou 207.563 bbl/d e os principais produtos por ela são: diesel, gasolina, gás de liquefeito de petróleo (GLP), coque, asfalto, óleos combustíveis, QAV, propeno, e óleos marítimos.
A expectativa é que as unidades da Petrobrás no Paraná gerem 29 mil postos de trabalho, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e o Sindipetro PR e SC, que comemoram a retomada das atividades da ANSA, cujo fechamento em fevereiro de 2020, durante o governo Bolsonaro, resultou no desemprego de cerca de mil trabalhadores, além de prejuízos aos cofres estaduais e municipais, que deixaram de arrecadar tributos.
“As crises no setor de fertilizantes também passaram a ser constantes, levando o Brasil à dependência de outros países para seu abastecimento. Isso impactou diretamente na produção agrícola nacional, elevando os preços dos alimentos e a inflação”, ressaltou a Federação Única dos Petroleiro (FUP), em nota.
“Celebramos não apenas a reabertura da Fafen-PR, mas também os investimentos na Repar e o resgate de um modelo de desenvolvimento que prioriza o interesse nacional e a valorização dos nossos trabalhadores, uma marca dos governos Lula”, afirmou o presidente do Sindipetro/PR e SC, Alexandro Guilherme Jorge.
Fonte: Papiro