ONU denuncia morte de palestinos sob tortura em prisões israelenses
“As evidências recolhidas pelo meu gabinete e por outras organizações apontam para uma série de atos horripilantes de tortura, como simulações de afogamento e soltar cachorros contra os presos, entre outros, que constituem uma clara violação dos direitos humanos internacionais e do direito humanitário internacional” resultando na morte de pelo menos 53 presos palestinos sob custódia israelense desde 7 de outubro, denunciou o diretor do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Volker Turk.
Segundo o documento, divulgado pela organização das Nações Unidas, nesta quarta-feira (31).
Pelo menos 10 mil palestinos já foram presos arbitrariamente e sem julgamento por Israel desde 7 de outubro. A entidade específica que Israel não respondeu a nenhum pedido de cooperação e continua recusando ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) o acesso a estes prisioneiros.
Em atrocidades que lembram as sevícias dos norte-americanos em Guantánamo e Abu Ghraib (Iraque), “alguns presos disseram que cachorros foram soltos para cima deles, enquanto outros assinalaram que foram vítimas de simulação de afogamento ou que tiveram as mãos algemadas e foram pendurados no teto. Algumas mulheres e homens também falaram de violência sexual e de gênero”, revelou o relatório, detalhando os crimes de tortura.
“Os prisioneiros [palestinos] afirmaram que eram mantidos em quartos semelhantes a jaulas, nus por longos períodos de tempo, usando apenas fraldas. Em seus depoimentos contaram (…) de vendas nos olhos, privação de comida, sono e água, a choques elétricos e queimaduras de cigarro”, acrescentou o informe.
As práticas de tortura do regime de Netanyahu contra os palestinos vêm sendo denunciadas, mas ainda sem medidas mais fortes da parte dos países vinculados à ONU e que as impeçam.
Em 30 de julho, nove soldados das Forças de Defesa de Israel (IDF) foram detidos acusados de torturar coletivamente um palestino capturado e encarcerado na detenção de Sde Teiman, próxima à Faixa de Gaza.
A atrocidade consistiu em sevícia perpetrada em conjunto pelos nove soldados israelenses, pela qual eles enfiaram um cassetete no ânus do palestino, estupidez foi tão terrível que uma unidade da polícia militar israelense decidiu entrar na base militar vizinha à prisão, também chamada de Sde Teiman, e mantê-los prisioneiros na base.
Quando a notícia chegou ao conhecimento dos israelenses, um bando de mais de mil fascistas invadiu a base militar, açulados por deputados fascistas a exemplo de Limor Har-Melech e Tzvi Sucot. Agora a corte militar israelense discute a manutenção dos soldados torturadores em detenção ou não.
Em abril, Philippe Lazzarini, comissário-geral da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), declarou que Israel estava submetendo milhares de palestinos detidos em Gaza a um tratamento desumano, despindo-os e ameaçando-os com cães.
Em dezembro, a Cruz Vermelha assinalou que não tinha conseguido acesso a um único prisioneiro palestino detido em Israel desde 7 de Outubro, mas que a organização está pronta para retomar as suas visitas a qualquer momento, assim que Israel o permitir. Por sua vez, o movimento palestino Hamas pediu ao CICV que investigasse os maus-tratos infligidos aos prisioneiros palestinos nas prisões israelitas.
Fonte: Papiro