Informe da ONU descreve em detalhe o sofrimento imposto às mulheres palestinas pelo regime de Netanyahu | Foto: Mahmud Hams/AFP

O Comissário-Geral da Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para os Refugiados da Palestina (United Nations Relief and Works Agency for Palestine Refugees – UNRWA), Philippe Lazzarini, nesta quinta-feira, 15, pediu por um cessar fogo em gaza para que “todas as mulheres em Gaza restaurem um pouco da sua dignidade.”

“Mulheres e meninas muitas vezes podem passar meses sem tomar banho, passando por vários ciclos menstruais sem se limpar,” disse Lazzarini em um post na X (ex-Twitter). “Elas têm que cortar o cabelo muito curto por causa de piolhos, falta de xampu, falta de água ou pentes suficientes.”

“Muitas disseram que não se sentem seguras, não têm privacidade ou dignidade em abrigos e locais de deslocamento superlotados. Elas deixam de ir ao banheiro e, portanto, evitam comer ou beber água.”

“As mulheres em Gaza estão dizendo às nossas equipes que estão tendo dificuldade para se verem como mulheres. Uma mulher disse: “Já não me sinto uma mulher,” completou Lazzarini. “Este é outro aspecto do aprofundamento da desumanização desta guerra.”

Lazzarini então pediu por um cessar fogo para “restaurar alguma dignidade às mulheres de Gaza.”

O número de mortos em Gaza desde a invasão de Israel já ultrapassou 40.000 palestinos, na maioria civis, mulheres e crianças e deixou mais de 92.000 feridos com os bombardeios indiscriminados de Israel contra hospitais, escolas e campos de refugiados deixando ruínas por toda Gaza. O bloqueio de ajuda humanitária que Israel impôs a Gaza está ameaçando as vidas de mais de 2 milhões de palestinos que lá vivem. Considerando as mortes indiretas, fome, atingidos por destroços de prédios destruídos, doenças e falta de água potável, a revista médica Lancet chega a avaliar em 200 mil o número de palestinos mortsos em Gaza na barbárie perpetrada por Israel desde outubro do ano passado.

Israel já está acusada de genocídio na Corte Internacional de Justiça (International Court of Justice – ICJ) e está ignorando a resolução do Conselho de Segurança da ONU que determinou um cessar fogo imediato da incursão genocida contra o povo palestino.

Fonte: Papiro