Blindado de Netanyahu na cidade de Jenin, Cisjordânia | Foto: Jaafar Ashtiyeh/AFP

A ONU condena as declarações recentes do Ministro do Exterior de Israel (Israel Katz – o mesmo que fez desfeita ao governo brasileiro diante do Museu do Holocausto), que propôs uma aberta limpeza étnica à qual chamou de “desocupação” dos palestinos de suas cidades de Jenin e Tulkarem ao norte da Cisjordânia.

A declaração da ONU foi formulada pela porta-voz do Escritório de Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, em uma coletiva em Genebra na sexta-feira (30).

O que a representante da ONU denuncia esta presente nas declarações dos principais representantes do fascismo judaico no poder em Israel e no seu parlamento, o Knesset, contidas em falas como o do ministro responsável pelos territórios palestinos ocupados, Bezalel Smotrich dirigindo-se aos árabes em Israel: “Vocês estão aqui por erro, porque Ben-Gurion não terminou o serviço e não chutou vocês para fora daqui em 1948”.

Não estamos aqui, como já denunciou Lula, diante de formuladores de um Mein Kampf ao contrário, um extermínio racista desta vez perpetrado por judeus antes perseguidos pelos nazistas?

Questão já registrada nada menos que pelo ex-ministro da Defesa de Israel, Moshe Yaalon – que não pode ser acusado de anti-israelense ou de ser uma ‘pomba’ -, como citado no Haaretz israelense e no Consortium News norte-americano, ao falar em recente entrevista sobre Smotrich e Gvir, figuras de proa do supremacismo.

“Você [não] os ouve falando em termos da Última Guerra ou do conceito de ‘subjugação’ de Smotrich? Leia o artigo que ele publicou em Shiloh em 2017. Em primeiro lugar, esse conceito se baseia na supremacia judaica: Mein Kampf ao contrário”, advertiu o veterano general.

A condenação da ONU acontece no momento em que por bombardeio, razia e prisões em massa as tropas de Netanyahu matam e barbarizam nestas duas cidades da Cisjordânia ocupada e ainda em Nablus, já tendo assassinado pelo menos 20 residentes palestinos.

Shamdasani destacou que “tais colocações apenas exacerbam a já terrível situação e ainda encorajam violações de direitos humanos”. Ela destacou ainda que a “escalada militar de Israel na Cisjordânia representa maior desde 2002”.

A porta-voz finalizou alertando que “há risco de piora nas catastróficas condições” que afligem agora os palestinos.

“VIOLÊNCIA DA POTÊNCIA OCUPANTE”

A Inglaterra expressou sua “profunda preocupação com os métodos empregados por Israel, a potência ocupante, na Cisjordânia”

Na declaração deste sábado, o Ministério do Exterior inglês referiu-se aos “informes de baixas civis e destruição de infratestrutura”.

“O risco de instabilidade é sério e a necessidade de desescalada é urgente. Continuamos a conclamar as autoridades israelenses que freiem esta escalada e respeitem as leis internacionais”, acrescenta a nota.

O governo inglês também “condena veementemente a violência dos colonos e as declarações de incitação como as recentemente proferidas pelo ministro da Segurança, Ben-Gvir, que tem ameaçado o status dos sítios sagrados em Jerusalém”.

“A ninguém interessa que o conflito e a instabilidade se alastrem na Cisjordânia”, finaliza o Ministério.

Fonte: Papiro