IPCA fica em 0,38% em julho, influenciado pela alta nos preços das passagens aéreas, combustíveis e energia
Em julho de 2024, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, registrou alta de 0,38%, influenciado pelos aumentos nos preços das passagens aéreas (19,39%), combustíveis (3,31%) e energia (1,93%), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (9). Já a boa notícia, veio da alimentação (-1%), que marcou deflação em seus preços no mês passado, pressionando menos o bolso das famílias, em particular, as de baixa renda.
No acumulado dos últimos sete meses deste ano, o IPCA varia em alta de 2,87%, sendo abaixo do registrado para o mesmo período de 2023, época que ficou em 2,99%, conforme a série histórica da pesquisa – iniciada em 1994. Nos últimos 12 meses, o indicador geral variou em alta de 4,50%.
Apesar do resultado do IPCA de julho ter sido maior que junho (0,21%), a inflação se espalhou menos na cesta de produtos e serviços apurados pelo IBGE na passagem de junho para julho.
O Índice de Difusão, que mede a proporção de bens e atividades que tiveram aumento de preços, desceu de 52%, em junho, para 47%, em julho. Por componente deste índice, em Alimentícios o decréscimo foi de 10 pontos, saindo de 49% para 39% na mesma base de comparação. Para os Não Alimentícios, a queda foi de 2 pontos, caiu de 55% para 53%.
No entanto, a sinalização do IPCA de que a inflação segue baixa e comportada no Brasil é ignorada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que, em junho deste ano, resolveu travar a taxa básica de juros (Selic) em 10,5% ao ano, após ter realizado seis cortes minguados na taxa nominal – iniciados em agosto de 2023, quando a Selic completou o aniversário de um ano no nível de 13,75%.
Na ata da sua última reunião (31 de julho), além de afirmar que irá manter os juros altos “por um tempo suficientemente longo“, o Copom “reforçou que não hesitará em elevar a taxa de juros”, a pretexto de assegurar que a inflação fique dentro do centro da meta, que é de 3%, com tolerância 1,5 ponto para cima – algo que é totalmente injustificável para a economia brasileira que necessita crescer.
Os juros elevados só atende e muito bem os interesses dos bancos e especuladores pressionadores por cortes de investimentos públicos, congelamentos de salários e por mais retiradas de direitos sociais, como forma de garantir os ganhos extraordinários que recebem via o pagamento de juros da dívida, que já ultrapassa a marca dos R$ 800 bilhões em 12 meses.
Em julho, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta, com destaque para Transportes, grupo que teve a maior variação (1,82%) e impacto (0,37 p.p) no índice geral. No mês, os preços da passagem aérea dispararam e atingiram 19,39%. Também no período houve altas nos preços dos combustíveis (3,31%), puxado pelo aumento da gasolina (3,15%), etanol (5,90%) e o óleo diesel (1,03%).
Outro aumento importante foi constatado no grupo Habitação, com alta de 0,77% e 0,12 impacto no IPCA. Em julho, passou a vigorar a bandeira tarifária amarela, que acrescenta R$1,885 a cada 100kwh consumidos.
Já o grupo alimentação e bebida registrou deflação – significa queda nos preços – com recuo de -1% e impacto de -0,22 no IPCA. A alimentação no domicílio caiu -1,51% no mês passado, após alta de 0,47% em junho. Nos supermercados e feiras pelo país, os preços do tomate recuaram -31,24%, da cenoura (-27,43%), da cebola (-8,97%), da batata inglesa (-7,48%) e das frutas (-2,84%). No lado das altas, destacam-se o café moído (3,27%), o alho (2,97%) e o pão francês (0,67%).
Resultado do IPCA de julho, por grupos:
Alimentação e bebidas: -1,00%;
Habitação: 0,77%;
Artigos de residência: 0,48%;
Vestuário: -0,02%;
Transportes: 1,82%;
Saúde e cuidados pessoais: 0,22%;
Despesas pessoais: 0,52%;
Educação: 0,08%;
Comunicação: 0,18%
Fonte: Página 8