Foto: José Paulo Lacerda/Agência CNI

O governo Lula anunciou na quarta-feira (14) que acrescentou mais R$ 42,7 bilhões na Nova Indústria Brasil (NIB), o plano voltado para reindustrialização do país. Assim, o volume de recursos disponibilizados pelo programa subiu de R$ 300 bilhões para R$ 342,7 bilhões, que serão desembolsados por empréstimos à indústria, entre 2023 até 2026. 

O anúncio foi feito em cerimônia no Palácio do Planalto, no dia 14 de agosto, com a presença do presidente Lula e do vive-presidente, Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

A NIB foi lançada oficialmente em janeiro deste ano, mas parte de seus recursos já haviam sido disponibilizados ao setor no ano passado. Agora, de acordo com o Palácio do Planalto, a política industrial entrou em uma nova etapa, que visa ampliar e desenvolver o Complexo Industrial da Saúde.

A reconstrução da indústria brasileira está sendo financiada principalmente com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio do Plano Mais Produção (aporte inicial de R$ 250 bi); da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

Durante a divulgação do desempenho do BNDES no primeiro semestre, Aloysio Mercadante, presidente do banco público, destacou que do total de R$ 250 bilhões de recursos sob responsabilidade do banco de fomento, “já atingimos a meta de dois anos e meio: já aprovamos R$ 131 bilhões”.

Ele voltou a afirmar que o total de recursos é pouco, como disse recentemente em evento da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE). “R$ 250 bilhões é pouco, o Brasil pode mais”.

Da mesma forma, empresários que aplaudem a iniciativa do governo consideram o total de recursos destinado à indústria pouco, particularmente se comparado ao Plano Safra 2024-2025, que conta com um aporte do governo de R$ 476 bilhões para agricultura e pecuária anual. À indústria, serão destinados R$ 342,7 bilhões em 4 anos.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, que participou da mesa do evento no Palácio do Planalto, considerou que o novo aporte de R$ 42,7 bilhões ao programa NIB “é mais um sinal positivo do governo ao setor industrial, que está buscando os recursos e ampliando os investimentos privados”.

“A NIB e o P+P (Plano Mais Produção) representam o começo de um plano de Estado perene, que busca resultados tão positivos quanto os alcançados pelas políticas de apoio ao agropecuário”, disse Alban.

“Essa é a urgência que devemos dar, pois o Brasil não pode esperar para voltar a crescer. Precisamos aproveitar as oportunidades que se abrem no cenário atual para recuperar a nossa economia e melhorar a vida de todos os brasileiros”, acrescentou o presidente da CNI.

Os R$ 42,7 bilhões acrescentados ao NIB foram todos destinados ao Plano Mais Produção de responsabilidade do BNDES, mas que agora conta com o apoio dos bancos do Nordeste (R$ 16,7 bi) e da Amazônia (R$ 14,4 bi). A Finep também ampliou a sua participação no programa, de R$ 41 bi para R$ 51,6 bi, nos temas estratégicos marcados por inovação.

COMPLEXO INDUSTRIAL DE SAÚDE

Nesta semana, a Nova Indústria Brasil (NIB) entrou na sua segunda missão que prevê novos investimentos para o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Ceis). Na solenidade, o governo anunciou que estão sendo disponibilizados à indústria da saúde a soma de R$ 57,4 bilhões, o que é o maior volume de investimentos públicos e privados nas últimas décadas, segundo a Agência Gov. Desde janeiro de 2023, o Ceis já conta com financiamento público de R$ 16,4 bilhões, sendo: R$ 8,9 bilhões do Novo PAC Saúde, R$ 4 bilhões do BNDES e R$ 3,5 bilhões da Finep.

Fonte: Página 8