Bomba norte-americana no momento da explosão sobre Nagasaki | Foto: Arquivo do Museu da Bomba Atômica de Nagasaki

Revelando sua cumplicidade com os crimes de Netanyahu, embaixadores dos Estados Unidos e do Reino Unido no Japão irão boicotar as cerimônias do 79º aniversário das vítimas das bombas atômicas em Nagasaki por causa da recusa da prefeitura da cidade em convidar o embaixador de Israel.

O prefeito de Nagasaki, Suzuki Shiro, disse na semana passada que por receio de protestos contra a presença da embaixada de Israel por conta do genocídio em Gaza, decidiu desconvidar o embaidor Gilad Cohen para a cerimônia em homenagem às vítimas da segunda bomba atômica lançada pelos EUA sobre o Japão.

Como resposta à rejeição a Israel, as embaixadas dos EUA e do Reino Unido relataram, nesta quarta-feira, contrariedade pela decisão e disseram que enviarão somente diplomatas de baixo escalão para o evento.

O embaixador dos EUA, Rahm Emanuel, acusou o prefeito de Nagasaki de “politizar” o evento ao não convidar o embaixador de Israel. Emanuel, que foi chefe de gabinete na presidência de Barack Obama, disse que irá a outro evento em Tóquio. O pai de Rahm Emanuel fez parte de um grupo paramilitar que executava ataques terroristas contra soldados britânicos e civis palestinos na época em que a Palestina ainda era colônia britânica.

Julia Longbotton, embaixadora do Reino Unido, disse a jornalistas que Israel “estava exercendo autodefesa em Gaza” e que não convidar o embaixador de Israel cria “uma falsa equivalência com a Rússia”.

O Reino Unido retirou a objeção, em julho, contra a decisão da Corte Criminal Internacional de entrar com pedido de prisão do primeiro ministro Israelense Benjamin Netanyahu por crimes de guerra e contra a humanidade.

Outros embaixadores de países do ocidente também expressaram descontentamento. A Itália, Canadá, Austrália e União Europeia escreveram uma carta com fortes palavras de reprovação ao prefeito de Nagasaki. Um porta-voz da embaixada da França disse que não convidar Israel “é uma decisão lamentável e questionável”, como se lamentável não fosse a continuação do morticínio cuja duração já se aproxima de um ano.

Fonte: Papiro