Ingleses chamam Corte a proibir a venda de armas a Israel | Foto: GLAN

O diplomata Mark Smith, que trabalhava no departamento denominado Luta Contra o Terrorismo, vinculado ao Ministério do Exterior inglês, comunicou sua renúncia esclarecendo que “não há justificativa” para as contínuas vendas de armas de Londres a Israel durante a guerra genocida na Faixa de Gaza, confirmou a BBC, no domingo (18).

“Qualquer pessoa que tenha um conhecimento básico destas coisas pode ver que estão sendo cometidos crimes de guerra, não uma vez, nem duas, nem poucas vezes, mas de forma bastante flagrante, aberta e regular”, ressaltou Smith, destacando que todos os dias testemunha “exemplos claros e inquestionáveis ​​de crimes de guerra e violações do Direito Internacional Humanitário” cometidos por Israel na Faixa de Gaza.

“É triste que tenha me demitido depois de uma longa carreira no serviço diplomático […]. Não posso continuar a desempenhar as minhas funções sabendo que este Departamento pode ser cúmplice de crimes de guerra”, disse Smith, em carta enviada às altas autoridades do país.

O diplomata, que anteriormente trabalhou para o governo na avaliação de licenças de exportação de armas à Ásia Ocidental, assinalou: “Os ministros afirmam que o Reino Unido tem um dos regimes de licenças de exportação de armas mais ‘sólidos e transparentes’ do mundo, mas isto é tudo o contrário da verdade.”

Dando informações detalhadas, Smith denunciou a destruição generalizada de casas e infraestruturas, vitais em Gaza, durante os meses de invasão israelense. “Mais de metade das casas de Gaza e mais de 80% das propriedades comerciais foram danificadas ou destruídas […]. A ajuda humanitária está sendo bloqueada e os civis ficam regularmente sem um local seguro para se alojar. Ambulâncias do Crescente Vermelho foram atacadas, escolas e hospitais são atacados regularmente. Estes são crimes de guerra”, enfatizou Smith em sua carta.

“Levantei esta questão em todos os níveis da organização, inclusive através de uma investigação oficial de denúncia de irregularidades, e não recebi nada mais do que ‘obrigado, tomamos nota de sua preocupação’”, concluiu.

Francesca Albanese, relatora especial da Organização das Nações Unidas para os direitos humanos nos territórios palestinos ocupados, expressou sua esperança de que “mais diplomatas sigam o exemplo corajoso de Mark Smith e se pronunciem contra os facilitadores das atrocidades de Israel”.

De acordo com o Observatório de Direitos Humanos, (HRW, na sigla em inglês), Londres fornece ao regime israelense mísseis, tanques, tecnologia, armas ligeiras e munições, bem como aproximadamente 15 por cento dos componentes do caça F-35, que é atualmente utilizado para bombardear Gaza.

Em junho, o Departamento Britânico de Negócios e Comércio anunciou que Londres tinha emitido centenas de licenças de exportação de armas para Israel desde 7 de Outubro, quando começou o conflito em Gaza, enquanto mais de 300 licenças permaneciam ativas até Maio.

O número de mortos na agressão genocida de Israel contra a Faixa de Gaza desde 7 de outubro de 2023 aumentou para 40.173, confirmaram fontes do Ministério da Saúde da Palestina nesta terça-feira, e acrescentaram que pelo menos outras 92.857 pessoas também ficaram feridas nos ataques. Nas últimas 24 horas, 34 pessoas morreram e outras 114 ficaram feridas nos ataques israelenses.

Fonte: Papiro