Ato no Novo México foi um dos muitos por todo o país às vésperas da Convenção Democrata | Foto: Movimento pelo Embargo a Israel

Protestos contra o fornecimento de armas dos EUA para o genocídio de Israel em Gaza, às vésperas da Convenção Nacional Democrata, que começa nessa segunda-feira em Chicago, exigiram nas ruas de cidades em Estados de Nova York ao Havaí que nem uma arma mais sequer seja entregue pela Casa Branca ao racista e carniceiro Netanyahu. O genocídio, que está sob investigação da Corte Internacional de Justiça da ONU, ultrapassou na quinta-feira a marca dos 40 mil palestinos mortos.

Os atos de repúdio foram convocados pela campanha “Not Another Bomb” [Outra Bomba Não], do Movimento Nacional Não Comprometido, que nas primárias estaduais democratas chamou a rejeitar o genocídio e pedir o cessar-fogo, pressionando Biden, então o presumido candidato à reeleição, votando “não comprometidos”, obtendo 18,9% dos votos em Minnesota e 13,3% no estado-chave de Wisconsin.

“Está claro: para alcançar um cessar-fogo em Gaza, os EUA devem parar imediatamente de armar Israel”, disse a campanha em comunicado lido nas manifestações desse fim de semana.

No domingo, manifestações #NotAnotherBomb ocorreram em dezenas de cidades, incluindo Nova York, Atlanta, Albuquerque, Boston, Los Angeles e Oakland, Califórnia – a cidade natal da vice-presidente Kamala Harris, a candidata presidencial democrata cuja campanha diz não apoiar a suspensão do envio de armas dos EUA para Israel, registrou o Common Dreams.

Anteriormente, as manifestações do Not Another Bomb aconteceram no sábado em cidades como Chicago; Dearborn, Michigan; Milwaukee e Madison, Wisconsin; e na sexta-feira em Washington, D.C.

“É inaceitável que, durante uma crise habitacional, o fechamento de escolas e o aumento vertiginoso do custo de vida que espreme as famílias trabalhadoras, bilhões de dólares sejam usados para armar Israel enquanto comete genocídio em Gaza”, disse Samer Arabi, do Centro Árabe de Recursos e Organização, que apoiou o ato de Oakland junto com a Voz Judaica pela Paz e mais de uma dúzia de outros grupos.

“As comunidades da Área da Baía merecem investimento em cuidados e segurança e exigem um cessar-fogo em Gaza há meses”, acrescentou Arabi. “Precisamos de uma política que atenda às necessidades de nossa comunidade, em vez de enviar armas para Israel bombardear crianças palestinas.”

Pelo menos 40.000 palestinos, incluindo mais de 16.000 crianças, foram mortos durante o ataque de 317 dias de Israel a Gaza, de acordo com autoridades palestinas e internacionais.

Segundo a revista médica britânica The Lancet, se incluídas as mortes indiretas, devido à falta de assistência, fome, doenças e destruição da infraestrutura civil por causa da invasão, o genocídio se aproxima de 200 mil pessoas.

O governo Biden foi acusado de cumplicidade no genocídio por fornecer a Israel dezenas de bilhões de dólares em ajuda armada, bem como cobertura diplomática, incluindo vetos a várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que exigiam o cessar-fogo.

Foram mais de 14.000 bombas de quase 1 tonelada e milhares de bombas de calibre menor, além de mísseis a rodo e projéteis para tanques de guerra, de acordo com a Reuters.

No domingo, com o acordo de cessar-fogo em Gaza em pauta, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chegou a Israel, em meio a intensos ataques israelenses em Gaza, incluindo um ataque aéreo que eliminou uma família inteira perto de Deir al-Balah.

Os protestos do Not Another Bomb devem continuar durante a Convenção Nacional Democrata, que está programada para começar hoje (19) em Chicago. Segundo o Common Dreams, espera-se que dezenas de milhares de ativistas se reúnam na cidade, que viu uma brutal repressão policial aos manifestantes anti-Guerra do Vietnã durante a Convenção de 1968.

Em uma entrevista ao Mother Jones publicada no sábado, o prefeito democrata de Chicago, Brandon Johnson, afirmou que “o que está acontecendo agora” em Gaza “não é apenas flagrante, é genocida”. “Temos que reconhecê-lo e nomeá-lo pelo que é e ter a coragem moral de exercer nossa autoridade”, acrescentou Johnson.

Na semana passada, uma pesquisa encomendada pelo Institute for Middle Eastern Understanding Policy Project e conduzida pelo YouGov revelou que os eleitores democratas e independentes nos estados indecisos do Arizona, Geórgia e Pensilvânia estariam mais propensos a votar em Harris se ela apoiasse um embargo de armas a Israel – e, como se sabe, a eleição será decidida em seis ou sete estados, conforme o total de delegados ao colégio eleitoral.

Mohammed Khader, que gerencia campanhas políticas e de defesa da Campanha dos EUA pelos Direitos Palestinos – um parceiro na campanha Not Another Bomb – disse que “apesar dos claros apelos por um embargo de armas, as autoridades democratas continuaram a patrocinar o assassinato em massa de famílias palestinas em violação grosseira das leis dos EUA e do direito internacional”.

“Os palestinos em Gaza não podem esperar até depois da eleição dos EUA, enquanto as bombas estão caindo e queimando seus entes queridos vivos”, acrescentou Khader. “Um embargo de armas é urgentemente necessário e é uma estratégia eleitoral importante, apoiada por uma forte maioria de eleitores democratas que estão prestando muita atenção às políticas da campanha de Harris.”

Fonte: Papiro