Consumo interno impulsionou produção industrial chinesa | Foto: MMS

O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 5% no primeiro semestre de 2024  para atingir US$ 8,49 trilhões (aproximadamente 46 trilhões de reais), mostram dados do Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS na sigla em inglês), divulgados na segunda-feira (15), confirmando a força da segunda maior economia do mundo.

No segundo trimestre, o PIB da China cresceu 4,7% ano a ano, diminuindo ligeiramente em relação ao crescimento de 5,3% registrado no primeiro trimestre. 

Autoridades e analistas chineses apontaram que os fundamentos da economia permanecem positivos e devem melhorar ainda mais no segundo semestre, listando uma série de impulsionadores econômicos de destaque, incluindo o consumo interno, a atualização industrial em andamento, exportações robustas, bem como investimento substancial em manufatura de ponta.

O crescimento estável de 5% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado coloca a China em um caminho firme para atingir sua meta de crescimento econômico anual de cerca de 5%, disseram economistas, o que é uma nova evidência que refuta diretamente as visões pessimistas de certos veículos de mídia ocidental sobre a economia chinesa, assinala o site Global Times.

“As operações da economia chinesa permaneceram estáveis, apesar de um ambiente global e doméstico complexo, alcançando não apenas crescimento em quantidade, mas também melhoria em qualidade [nos primeiros seis meses]. Esta é uma situação econômica louvável e sólida”, afirmou um porta-voz do NBS nesta segunda-feira, de acordo com uma declaração no site do Escritório. 

O porta-voz também enfatizou que, para uma economia tão grande quanto a da China, manter uma taxa de crescimento média de cerca de 5% é, por si só, um fato também verdadeiramente notável.

O consumo continuou desenvolvendo um papel chave no impulso do crescimento. O consumo final contribuiu com 60,5 por cento para a expansão econômica no primeiro semestre, marcando mais de 3 pontos percentuais para o crescimento do PIB.

A atividade industrial continua sendo o principal motor da economia, parcialmente alimentada pela demanda externa resiliente. O valor agregado produzido pelss de empresas industriais saltou 6% ano a ano nos primeiros seis meses, com o desenvolvimento de novas forças produtivas de qualidade.

Analisando os números, a produção de equipamentos de impressão 3D, veículos de nova energia e produtos de circuito integrado saltou 51,6%, 34,3% e 28,9%, respectivamente, no mesmo período. 

As vendas no varejo de bens de consumo nos primeiros seis meses aumentaram 3,7%, e o investimento em ativos fixos aumentou 3,9%, mostraram dados do NBS. Em particular, o investimento em indústrias de alta tecnologia disparou impressionantes 10,6% ano a ano.

A taxa de desemprego urbano calculada por pesquisa nacional situou-se em 5,1 por cento no primeiro semestre de 2024, o que representa 0,2 pontos percentuais inferior ao mesmo período do ano passado.

Cao Heping, economista da Universidade de Pequim, afirmou ao Global Times que a transformação e a atualização econômica do país estão ganhando velocidade. Ele destacou o rápido desenvolvimento de novas indústrias, como veículos elétricos, e o investimento em inovações científicas e tecnológicas, além de dados de exportação do país.

Embora reconhecendo os crescentes desafios que estão pesando sobre as operações econômicas atuais, o porta-voz do NBS explicou que a pequena desaceleração no período de abril a junho foi influenciada por fatores de curto prazo, como condições climáticas extremas e desastres frequentes de chuva e inundações.

“Não devemos apenas ver a ‘forma’ das flutuações de curto prazo, mas também entender a ‘tendência’ do desenvolvimento de longo prazo”, observou. 

Embora as incertezas e pressões permaneçam e possam se intensificar no segundo semestre, esses são problemas encontrados à medida que o progresso está sendo feito e, em última análise, serão resolvidos por meio do investimento, da promoção do desenvolvimento, disse ele, enfatizando que os departamentos relevantes têm uma compreensão objetiva dessas questões e tomaram uma série de medidas para resolvê-las. 

Tian Yun, economista baseado em Pequim, afirmou que o segundo semestre, particularmente o terceiro trimestre, oferece uma janela de oportunidades para superar ainda mais as desvantagens econômicas, particularmente no setor imobiliário e a reforçar as demandas do consumidor. Melhorias nesses campos são essenciais para manter a China no caminho para a meta de 5% para este ano inteiro.

Fonte: Papiro