“Não meta o nariz na Venezuela”, diz Obrador à OEA
O presidente do México, López Obrador, conclamou os países e líderes de Estado e particularmente a OEA a que “não metam o nariz na Venezuela”, referindo-se aos resultados das eleições presidenciais do país.
“Que as atas sejam revistas, que os votos sejam contados, mas que não haja desconhecimento a priori, e que aqueles que não agem realmente de forma democrática não metam as mãos nem o nariz”, ressaltou López Obrador durante sua habitual coletiva de imprensa, na terça-feira (30), reiterando que o seu governo reconhecerá os resultados emitidos pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela.
Afirmou que “ainda é necessário” que o CNE divulgue os resultados completos da eleição em que Maduro foi declarado vencedor. “Há uma decisão da autoridade eleitoral com 80 por cento das mesas de voto (centros de votação) contadas, há um resultado. No entanto, é necessário que esses resultados sejam divulgados, que não seja o número geral e que se avance no cômputo, é o que estamos propondo, e não desqualificar o país de uma forma ou de outra. É necessário respeitar a autodeterminação dos povos”, afirmou.
“Os governos de outros países pequenos, médios ou grandes não têm coisas para fazer? Por que eles têm que se envolver nos assuntos de outros países? Por que o intervencionismo? Por que a OEA tem que se intrometer?”, questionou o líder mexicano, em referência à afirmação da OEA de que as eleições sofreram “a mais aberrante manipulação”.
“A OEA não tem credibilidade, não é um organismo nem democrático, nem autônomo, nem representa os países da América. Está aí como um apêndice, uma facção. Não serve para nada, serve para agravar os problemas. Com que fundamento a OEA sustenta que o outro candidato [Edmundo González] ganhou? Onde estão as provas?”, perguntou.
A presidente eleita e integrante do mesmo partido de Obrador, Claudia Sheinbaum, que tomará posse em 1º de outubro, também denunciou o “intervencionismo” que a proclamação de Maduro provocou e apelou à “transparência dos resultados para que não haja lugar para confusão”.
O presidente sublinhou que “o mais importante é que não haja violência”, lembrando que “pode haver protestos, mas pacíficos, e não queremos confronto, não queremos que o nosso irmão povo venezuelano continue a confrontar-se e que se espere o resultado”.
Fonte: Papiro