Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Lula e a primeira-dama Janja receberam no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (11), atletas olímpicos e paralímpicos que representarão o Brasil nos Jogos de Paris 2024. No ato, Lula assinou o reajuste do Programa Bolsa Atleta em 10,86% – os valores do auxílio não eram corrigidos há 14 anos.

Criado durante a gestão do deputado federal Orlando Silva (PCdoB) no Ministério dos Esportes, durante o primeiro governo Lula, o Bolsa Atleta completou 20 anos com a marca de R$ 1,5 bilhão investidos em mais de 37 mil atletas ao longo das décadas. O governo federal aponta que o Bolsa Atleta é o “maior programa de patrocínio individual de esportistas do planeta”, uma vez que já concedeu mais de 105 mil bolsas.

Em 2024, o programa bateu recorde com mais de 9 mil atletas contemplados. O orçamento para o ano é de R$ 160,4 milhões.

Na cerimônia, Lula assinou o decreto do reajuste junto ao ministro do Esporte, André Fufuca (que será o chefe esporte brasileiro em Paris), acompanhado por Orlando Silva; o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado; o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Paulo Wanderley; a secretária nacional de Esportes de Alto Desempenho, Iziane Marques; além de atletas e atletas estudantes que recebem o Bolsa Atleta.

O presidente indicou que a primeira-dama Janja o representará em Paris durante os Jogos.

Importância do Bolsa Atleta

Segundo Lula, o Brasil está entre os 10 países mais importantes do mundo em tudo, então não faz sentido que nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos não dispute entre os mais importantes.

Nesse sentido, aponta que o investimento no esporte, assim como na educação, está entre os mais importantes para a sociedade evoluir.

No entanto, o presidente se mostrou chocado em saber que o Programa Bolsa Atleta não recebia ajuste há 14 anos.

“Sinceramente, é impensável. O Bolsa Atleta ficou invisível para as pessoas que governaram esse país nos últimos anos. Ficou invisível porque ele não podia estar enxergando, não reajustava, sendo que tudo na vida é reajustado, o preço da comida no supermercado é reajustado, o salário mínimo é reajustado”, citou Lula, ao indicar a importância do reajuste sem deixar de mencionar que o valor acumulado em defasagem ultrapassaria 150%.

Mas quanto a isto, justificou: “Como estamos apenas 18 meses no governo, e estamos num processo de reconstrução de quase tudo que foi destruído, porque não foi apenas o ministério do Esporte que foi destruído, a Cultura foi destruída, o ministério da Mulher foi destruído, o de Direitos Humanos foi destruído, fomos obrigados a reconstruir tudo. Agora eu posso dizer para vocês, antes de embarcarem para Paris, o Brasil está reconstruído e está preparado para respeitar os nossos atletas, preparado para reajustar o Bolsa Atleta e preparado contribuir para que o Brasil seja um país que disputa a maior quantidade de medalhas que for possível”, completou.

Fotos: Ricardo Stuckert

Atletas

A judoca Rafaela Silva, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos Rio 2016, deu o seu relato como beneficiada pelo Bolsa Atleta.

Foto: Ricardo Stuckert

“Viajo semana que vem para o meu terceiro Jogos Olímpicos, de Paris, mas eu sei da importância de estar aqui nesse evento, porque eu sou beneficiada com o programa Bolsa Atleta há pelo menos 15 anos. Estou na seleção há 16 anos, então é muito importante para um atleta de alto rendimento ter uma segurança, uma tranquilidade de poder se preparar e se dedicar só para o seu sonho, que no meu caso é treinar judô. Eu sei que eu tenho a segurança de ter o meu Bolsa Atleta, o meu Bolsa Pódio todo mês na minha conta e com isso eu posso ajudar a minha família, posso ajudar com o meu material de trabalho”, afirmou.

A atleta celebrou o momento para o esporte brasileiro, lembrou que o Judô é o esporte que mais trouxe medalhas Olímpicas para o país (24) e falou da sua expectativa para a disputa.

“Com certeza é um momento muito importante para o esporte brasileiro, não só para o Judô, com esse reajuste no Bolsa Atleta. Espero poder voltar de Paris com mais uma medalha para o Brasil”, falou Rafaela.

Já o atleta Gabriel Araújo, medalhista de ouro nas provas dos 50 m costas e 200 m livre e prata nos 100m costas nas Paralimpíadas de Tóquio 2020, agradeceu o suporte e a tranquilidade para desempenhar o seu esporte.

Foto: Ricardo Stuckert

“É muito importante todo esse suporte, todo esse apoio, porque a gente consegue ter tranquilidade para trabalhar. Abrimos mão de muitas coisas, até da nossa família para correr atrás dos nossos sonhos, e esse apoio é primordial para termos total tranquilidade de trabalhar e exercer a nossa função. Com essa tranquilidade para treinar, para competir, tudo fica mais fácil e a gente consegue se divertir, desfrutar da melhor maneira possível as competições”, agradeceu o atleta conhecido como Gabrielzinho, que disse que irá em busca de três medalhas de ouro em Paris.

Os Jogos Olímpicos acontecem entre 26 de julho e 11 de agosto e os Paralímpicos entre 28 de agosto e 8 de setembro.