Bhar em seu quarto antes do ataque israelense | Foto da família de Bhar

Uma mãe palestina está de luto pelo assassinato de seu filho com síndrome de Down pelo exército genocida de Israel. Muhammed Bhar, de 24 anos, com síndrome de Down e autismo, foi morto em 3 de julho, quando forças israelenses, com cães, invadiram sua casa na cidade de Gaza no bairro de Shejaiya.

Soldados de Netanyahu fizeram seu cão atacar Muhammed Bhar e o deixaram sangrar até a morte sem permitir que a família cuidasse dele.

Em junho, quando o exército israelense ordenou a evacuação de Shejaiya a pretexto de perseguir combatentes do Hamas, a família Bhar já estava exausta de ser expulsa várias vezes e procurar refúgio só para sofrer com os bombardeios repetidas vezes.

“Nós evacuamos cerca de 15 vezes. Nós fomos para a casa de Jibreel, mas fomos bombardeados na casa de Jibreel. Nós fomos para a praça Haydar, mas fomos bombardeados na praça Haydar. Nó fomos para Rimal, mas então Rimal foi bombardeada. Nós fomos para a praça Shawa, mas fomos bombardeados na praça Shawa,” disse a mãe de Muhammed, Nabila Bhar em entrevista para a BBC.

Muhammed, com síndrome de Down e autismo, vivia em um estado de pavor com barulhos de tiros e bombas. “Ele entrava em pânico e dizia, ‘estou assustado, assustado”, relatou Nabila.

Quando o exército israelense invadiu a casa da família Bhar, Nabila implorou aos soldados para manter o cão de combate afastado de seu filho, mas deixaram que o cão atacasse Muhammed mordendo-o no peito e na mão. ‘Não, não, não’, murmurou Muhammed, sem compreender direito o que estava acontecendo.

Os soldados separaram Muhammed de sua família, falaram que iriam tratar de seus ferimentos, prometendo trazer um médico para tratá-lo, coisa que não aconteceu, e forçaram a família a sair de sua casa sob mira de armas. Dois irmãos de Mohammed foram presos. A família teve de procurar abrigo em um prédio bombardeado e ficou sem saber o que acontecera com ele.

Uma semana depois a família Bhar retornou para casa e encontrou o corpo sem vida de Muhammed. Eles enterram Muhammed em um beco entre as casas, sem documentação.

Fonte: Papiro