Israel já matou 195 funcionários da Agência da ONU para Refugiados Palestinos
Segundo a ONU, 96% da população em Gaza enfrenta uma “situação de emergência alimentar ou catastrófica” e dois milhões estão vivendo um “inferno na Terra”.
“Não há alternativa para a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA)”, afirmou na sexta-feira (12) o secretário-geral da organização, António Guterres, em um apelo para impedir o colapso dessa organização que tem fundos apenas até agosto para socorrer cerca de dois milhões de pessoas afetadas pelos ataques do governo de Benjamin Netanhyahu em Gaza.
“Meu apelo é: protejam a UNRWA, seu pessoal, seu mandato, inclusive com financiamento”, porque seu trabalho “é um dos grandes fatores que traz esperança e estabilidade a uma região convulsionada”, instou Guterres, durante uma conferência com doadores na sede da ONU em Nova York
O chefe da ONU disse que a UNRWA não foi poupada: “195 funcionários da UNRWA foram mortos, o maior número de mortos de funcionários na história da ONU”.
“O nível extremo de combate e devastação é incompreensível e injustificável e o nível de caos está afetando todos os palestinos em Gaza e todos aqueles que tentam desesperadamente levar ajuda a eles. Quando pensamos que não poderia piorar em Gaza – de alguma forma, de maneira terrível, os civis estão sendo empurrados para círculos cada vez mais profundos do inferno”, disse o secretário-geral.
O Comissário-Geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, frisou no início da conferência que a agência só tinha fundos para operar até agosto. No final, ele disse aos repórteres que, embora o valor total das promessas não seja conhecido até a próxima semana, está confiante de que haverá dinheiro suficiente no orçamento anual de US$ 850 milhões para manter a agência funcionando até o final de setembro, e fez referencia à declaração da Ministra das Relações Exteriores da Eslovênia, Tanja Fajon, que anunciou que 118 países assinaram uma declaração de forte apoio à UNRWA.
Os 30 mil funcionários da UNRWA fornecem educação, cuidados de saúde primários e outras atividades de desenvolvimento para cerca de 6 milhões de refugiados palestinos em Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Líbano e Síria. Nos próximos meses, Lazzarini disse que a UNRWA buscará recursos para manter suas operações até dezembro.
Lazzarini condenou a ofensiva militar contínua de Israel em Gaza, que afetou toda a população de refugiados palestinos.
Segundo a ONU, 96% da população em Gaza enfrenta uma “situação de emergência alimentar ou catastrófica”, e dois milhões estão, também nas palavras de Lazzarini, vivendo um “inferno na Terra”.
Fonte: Papiro