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A força do movimento grevista dos servidores do INSS levou o governo a apresentar alguns avanços em relação à pauta de reestruturação de carreiras e reajuste salarial da categoria.

De acordo com avaliação da Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) e outras entidades que participam das negociações, a proposta apresentada na reunião da última terça-feira (16) no Ministério da Gestão e Inovação (MGI), “em linhas gerais, trouxe relativo avanço na comparação com a negociação anterior”.

As entidades citam a admissão, por parte do governo, de recuo na intenção de extinguir a GAE (Gratificação de Atividade Executiva), como um desses avanços.  

Outro avanço citado pelas entidades é em relação ao reajuste salarial. Segundo a Fenasps, o governo propôs a aplicação do índice de 18% até abril de 2026, “avançando na comparação com a rejeitada proposta anterior, que era de aplicar índices de 9% e 5% sobre o vencimento básico e extinguir a GAE”.

Em relação a essa proposta, no entanto, a entidade faz ressalvas, explicando que a proposta do MGI é que o reajuste incida sobre a GDASS (Gratificação de Desempenho de Atividade do Seguro Social), o que, na prática, mantém a regressiva estrutura remuneratória atualmente vinculada a uma gratificação de produtividade, e “tem o potencial de prejudicar ainda mais os trabalhadores da ativa e aposentados”.  

Conforme as entidades, “é preciso continuar pressionando o governo a apresentar uma proposta salarial que, mantendo a GAE, reduza a parcela variável da remuneração e melhore o vencimento básico” e, para isso, é importante “intensificar a greve da categoria”, iniciada no último dia 10.

Em relação à carreira o governo também acenou positivamente, admitindo que essas pautas – incluindo duas das principais reivindicações dos servidores, que são o reconhecimento da carreira do Seguro Social como típica de Estado, e a exigência de nível superior para ingresso da carreira de Técnico do Seguro Social –, serão discutidas no Comitê Gestor de Carreira, que existe desde 2015.

A greve do INSS, que inclui os servidores presenciais nas agências, como os que executam o trabalho em home office, já atinge mais de 182 agências em 17 estados, em todas as regiões do país.

Fonte: Página 8