FUP cobra prioridade à indústria brasileira no setor petrolífero e naval
Dirigentes da Federação Única dos Petroleiros (FUP) cobraram do Ministério das Minas e Energia políticas de incentivo à indústria nacional no setor petrolífero e naval, tanto no segmento de exploração, quanto no setor de abastecimento.
Durante a reunião nesta quinta-feira (11), na sede do ministério em Brasília, a entidade apresentou um documento com diversas reivindicações, entre elas a reversão da “política de contratação de plataformas na modalidade de afretamento para a contratação de unidades próprias na modalidade EPC (Engenharia, Suprimentos e Construção)”. No setor de abastecimento, a entidade pede a identificação de unidades de refinarias que viabilizem a expansão da indústria local e, no item Transição Energética, a Federação propõe o “estímulo à indústria nascente por meio de financiamento em pesquisa, desenvolvimento e inovação para novas rotas tecnológicas, visando o potencial brasileiro e o desenvolvimento regional e nacional”.
A entidade também sugere o financiamento e a contratação de pequenas embarcações construídas no Brasil, aproveitando o conhecimento existente e a demanda nacional. Para isso, a FUP sugere a transição para contratos de longo prazo para a construção de barcos de apoio no Brasil, seguindo as diretrizes de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De acordo com a entidade, “atualmente, a prática de contratos de curto prazo pela Petrobrás favorece a importação de embarcações estrangeiras”.
Para o presidente da FUP, David Bacelar, “o tema da política de conteúdo local sempre foi algo que a FUP defendeu”. Segundo Bacelar, “há uma necessidade dessa política ser criada e constituída, para que ela seja uma política de Estado. O intuito é que isso seja construído com os olhares sobre os países que já falam em conteúdo local. E nós precisamos desenvolver essa política no Brasil para aumentar a geração de emprego e renda no nosso país”, disse.
Já o diretor da FUP, Sérgio Borges, que também é coordenador em exercício do Sindipetro do Norte Fluminense, uma das regiões do país mais afetadas pela política de desmonte e abandono da indústria naval brasileira pelos governos Temer e Bolsonaro, quando a Petrobrás passou a afretar navios e plataformas estrangeiras, reverter essa situação é uma das principais questões que está em jogo. “Uma das nossas principais lutas é acabar com o afretamento de plataformas, que na prática é a terceirização da atividade fim da Petrobrás”, enfatizou Borges.
Fonte: Página 8