Força-tarefa extingue 55% dos focos de incêndio no Pantanal
O combate aos incêndios no Pantanal surtiu resultado na última semana. De acordo com boletim do governo federal, cerca de 55% dos incêndios no bioma foram extinguidos. A divulgação do resultado foi realizada pela ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, na quarta-feira (10), quando revelou que 30 incêndios foram apagados de 54 registrados até 7 de julho.
Do total de incêndios que permanecem, 13 estão controlados (quando o fogo está cercado por uma linha de controle, que pode ter sido formada por combate direto, linhas de defesa, aceiros e barreiras naturais ou artificiais).
“Temos o início de uma estabilização em razão da diminuição das frentes de incêndio. Isso é resultado das ações que temos feito conjuntamente com os governos estaduais, com um esforço muito grande do governo federal, em uma força-tarefa para o enfrentamento dos incêndios”, disse Marina.
São 830 profissionais destacados para combater as chamas que assolam o Pantanal, que passa pela maior estiagem em 70 anos.
- 452 (Forças Armadas | Operação Pantanal II);
- 286 (Ibama e ICMBio);
- 82 (Força Nacional de Segurança Pública);
- 10 (DNIT).
Outros 48 de profissionais da Força Nacional de Segurança Pública estão sendo mobilizados.
400 horas de voo
Para o combate ao fogo estão sendo utilizados 15 aeronaves do governo federal. São quatro aviões lançadores de água e três helicópteros do Ibama e ICMBio.
Já as Forças Armadas estão com dois aviões, sendo um deles um KC-390 que carrega até 12 mil litros de água, e seis helicópteros.
As aeronaves já somam 400 horas de voo com as operações. Além delas prestam auxílio 15 embarcações e os brigadistas tem 3 bases de apoio localizadas nos municípios de Corumbá, Poconé e Porto Conceição.
As bases são controladas pela sala de situação para prevenção e controle de incêndios e secas que funciona desde junho no âmbito da Comissão Interministerial Permanente de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas, recriada pelo presidente Lula e reúne 19 ministérios.
“Há um esforço muito grande em relação aos locais de difícil acesso, mas o reforço dado pelas aeronaves tem ajudado nossas equipes a ganharem velocidade e efetividade em relação ao fogo”, colocou Marina Silva.
Ação Humana
Segundo o governo, o período de seca no Pantanal foi antecipado pelos efeitos do El Niño e das mudanças do climáticas, o que estendeu a estiagem e colaborou para a propagação das queimadas.
Este cenário é potencializado pelos focos de incêndio causados por ação humana, sendo que todos os incêndios registrados de maio a junho ocorreram dessa maneira, conforme o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da UFRJ. O fogo é utilizado pelo agronegócio como uma forma barata de limpar terrenos e aumentar pastagens.
O artifício chamado “queima controlada”, que de controle não tem nada visto os incêndios que se alastraram para as áreas de conservação ambiental, agora é crime. Caso alguma pessoa utilize fogo como instrumento para agropecuária até o mês de dezembro no Pantanal responderá na Justiça e pode receber pena de dois a quatro anos de prisão.
Novas medidas do governo
Para dar conta de combater os 24 focos de incêndio que permanecem, o governo federal publicou uma Medida Provisória (MP nº 1.240 ) para que aeronaves e tripulação estrangeiras possam atuar no combate aos incêndios em casos de calamidade pública ou situações de emergência, inclusive ambiental. Também fica facilitada a contratação de aeronaves para atuar contra incêndios.
Além disso, outra medida (MP nº 1.239) publicada acelera a recontratação de brigadistas já treinados pelo Ibama e ICMBio de dois anos para três meses.
Confira o boletim do governo: