Deputada Dani Balbi, do PCdoB/RJ, destaca defesa de mulheres, pretas e trans
A deputada Dani Balbi chega ao segundo ano de seu mandato com uma trajetória de destaca em defesa das mulheres, pessoas trans e pretas. Divulgação
Na mais recente edição do programa Entrelinhas Vermelhas, da TV Vermelho, a deputada estadual do Rio de Janeiro, Dani Balbi (PCdoB), participou de uma conversa sobre sua trajetória, desafios enfrentados na política e as pautas que tem defendido desde sua eleição em 2022. Dani é a primeira mulher trans eleita para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e já teve 25 projetos aprovados em seu primeiro ano de mandato.
A entrevista, conduzida por Guiomar Prates, editora, teve a participação do jornalista Cezar Xavier e pode ser assistida na íntegra no Youtube ou ouvida no Spotify:
Julho das Pretas
Durante a entrevista, foi destacada a importância do Julho das Pretas, uma celebração que começou em 1992 para abordar as questões específicas enfrentadas pelas mulheres negras da América Latina e do Caribe. Dani ressaltou a necessidade de reconhecer e valorizar a luta das mulheres negras, que enfrentam desafios adicionais em comparação às mulheres brancas.
Desafios na Assembleia Legislativa
Quando questionada sobre sua recepção na Assembleia Legislativa, Dani Balbi compartilhou que, apesar do cenário político rebaixado pelo avanço da extrema-direita, a recepção foi mais tranquila do que esperava. Ela destacou a importância de manter o foco em suas pautas e não cair nas provocações de seus adversários políticos. “A articulação com as mulheres que nos antecederam e a organização do nosso time foram essenciais para continuar nossa mandata”, afirmou Dani.
Principais realizações
Dani destacou algumas de suas principais realizações no mandato, incluindo projetos voltados para a valorização da mulher e a qualificação de jovens trans. Entre os projetos citados, destacam-se o reconhecimento do trabalho não remunerado realizado por mulheres e a prioridade para mulheres mães na concessão de bolsas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).
No campo ambiental, Dani mencionou a criação do Conselho da Juventude para o enfrentamento dos efeitos das emergências climáticas, envolvendo os jovens na busca por soluções sustentáveis. Além disso, a deputada mencionou a implementação de políticas para endurecer a punição de agentes públicos que cometam LGBTQIA+fobia e a reserva de vagas em escolas técnicas e universidades estaduais para a população LGBTQIA+.
Participação política das mulheres
A baixa participação política das mulheres no Brasil foi outro ponto discutido. Dani destacou que a cultura machista e misógina perpetua a desigualdade de oportunidades desde a infância, refletindo-se na política. A deputada enfatizou a necessidade de fortalecer a liderança das mulheres e garantir a equidade de gênero dentro dos partidos políticos e na sociedade em geral.
Desafios e representatividade da comunidade trans
Como uma das poucas mulheres trans na política brasileira, Dani Balbi reconheceu os desafios enfrentados pela comunidade transexual, incluindo a baixa expectativa de vida e a limitação de oportunidades no mercado de trabalho formal. Ela ressaltou a importância de construir políticas públicas que garantam o acesso à educação, emprego e proteção contra a violência para a população trans.
Problemas do Rio de Janeiro
A deputada também abordou os principais problemas enfrentados pelo Rio de Janeiro, destacando a violência policial, a falta de acesso à saúde e educação e o déficit habitacional, que afetam especialmente as mulheres periféricas. A deputada propôs medidas como a integralização do acesso à creche, a melhoria dos serviços públicos e a construção de moradias de interesse popular para superar esses desafios.
Medidas propostas
Para superar o descaso e as dificuldades enfrentadas pela população periférica, Dani sugeriu políticas integradas de assistência social e geração de emprego, com foco na valorização das mulheres em posições de liderança. Ela destacou a importância de articular iniciativas no campo do ensino básico e superior, e incentivar empresas que promovam a equidade de gênero.
(por Cezar Xavier)