Bolsonaro Flávio e Luciana Pires | Foto: Reprodução

A estratégia das então advogadas do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) de tentar anular o processo das chamadas “rachadinhas”, ao acusar a existência de organização criminosa dentro da RFB (Receita Federal do Brasil) foi considerada “leviana” pela Corregedoria da instituição.

Uma das defensoras do senador, Juliana Bierrenbach, deixou o caso em abril de 2022.

Ela afirmou, em reunião com o então presidente, Jair Bolsonaro (PL), e integrantes do governo federal, em agosto de 2020, que agentes da Receita fizeram investigações ilegais contra Flávio Bolsonaro, alvo de operações sobre a prática ilegal de “rachadinha” quando era deputado estadual na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro).

A PF investiga se, à época, foi discutida tentativa de blindar o senador Flávio Bolsonaro.

A fala de Juliana Bierrenbach foi encontrada em gravação de reunião com Bolsonaro, então presidente, com o então ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, e com o diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) à época, Alexandre Ramagem, atual deputado federal pelo PL (Partido Liberal) do Rio de Janeiro.

Em relatório de procedimento administrativo, o órgão analisou falas das defensoras Juliana e Luciana Pires, também advogada de Flávio. A Corregedoria, por meio de nota, afirma que é “mencionado de maneira leviana por diversas vezes”.

“Não há nenhuma novidade no áudio liberado pelo STF em relação à Corregedoria da RFB, tendo sido demonstradas, de maneira fundamentada e motivada, a precariedade e a absoluta ausência de provas por parte das advogadas no que se refere às acusações e ilações por elas elaboradas”, está escrito no documento da Corregedoria.

Os auditores afirmam que os dados fiscais do senador e da mulher dele não foram acessados em meio à investigação, como demonstrado por apuração especial.

E, que, não houve participação de servidores da Receita Federal do Brasil, em relatórios de inteligência financeira ligados à investigação.

Ao g1, a advogada Juliana Bierrenbach afirmou que a defesa de Flávio Bolsonaro apresentou, em 2020, “provas incontestáveis de que grupo de auditores fiscais lotados na Corregedoria realiza buscas sistemáticas nos bancos de dados da Receita, utilizando acessos não rastreáveis”.

A acusação contra os auditores foi uma manipulação para tentar desviar o foco da denúncia contra o crime de Flávio Bolsonaro e impedir a investigação contra ele.

Fonte: Página 8