Bombardeio de Netanyahu a Gaza já deixou 17 mil crianças orfãs | Foto: Said Khatib/AFP

Na Faixa de Gaza, cerca de 1,9 milhão de palestinos, ou seja, 80% da população total da região, foram forçosamente deslocados devido à ofensiva militar genocida de Israel, denunciou a Coordenadora Sênior de Reconstrução e Ajuda Humanitária das Nações Unidas para Gaza, Sigrid Kaag, perante o Conselho de Segurança da ONU (CSNU).

Ao se dirigir ao Conselho em um relatório sobre a situação no Oriente Médio, a Coordenadora afirmou: “Os civis palestinos de Gaza foram mergulhados em um abismo de sofrimento. Seus lares destruídos, suas vidas destruídas. A guerra em Gaza não apenas criou a mais profunda das crises humanitárias, mas desencadeou um turbilhão de miséria humana. O sistema de saúde entrou em colapso, escolas foram destruídas e o sistema educacional interrompido ameaça as gerações futuras”.

“Mais de 1 milhão de pessoas foram deslocadas mais uma vez, buscando desesperadamente abrigo e segurança; 1,9 milhão de pessoas estão agora deslocadas em Gaza”, acrescentou, expressando sua profunda preocupação “sobre os relatos de novas ordens de evacuação israelenses emitidas na área de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, e seu impacto na população civil”.

 “É necessário um fluxo sustentado de assistência a Gaza para entregar quantidade e qualidade de bens em todas as travessias terrestres e marítimas, incluindo a travessia de fronteira de Rafah”, assinalou, destacando que “desde o início da operação militar israelense em Rafah e o subsequente fechamento da passagem de fronteira de Rafah no início de maio, o volume de ajuda que entra e é distribuída por Gaza caiu significativamente”.

RECONSTRUÇÃO DE GAZA 

Nesse contexto, Kaag apelou à “abertura de travessias adicionais, especialmente para o sul de Gaza, e à consideração do movimento de ajuda do norte para o sul de Gaza”, alertando que embora a assistência humanitária seja necessária nos próximos anos, “o planejamento e a preparação para a rápida recuperação e reconstrução de Gaza são essenciais”.

Ela enfatizou que a reconstrução em Gaza significa, entre outras coisas, abrigo digno, em um momento em que casas mais permanentes devem ser construídas ou reformadas; sistemas básicos de saúde, saneamento e água restaurados; escolas e espaços de ensino superior reabilitados; e atenção e apoio especiais fornecidos a aproximadamente 17.000 crianças órfãs por conta da guerra genocida israelense em andamento.

Na conclusão de seu relatório, Kaag incluiu uma carta em árabe que recebeu durante uma de suas visitas à Faixa de Gaza de uma menina de oito anos chamada Fatima al-Masry, na qual disse: “Eu amo meu país e amo meus amigos. Eu vivo em um acampamento e desejo viver em minha casa como o resto das crianças”.

O Ministério de Saúde de Gaza informou, nesta quarta-feira, que o número de mortos na Faixa de Gaza subiu para 37.953, a maioria deles mulheres e crianças, desde o início da agressão genocida israelense, em 7 de outubro de 2023.  Também registrou que o número de feridos aumentou para 87.266, enquanto há milhares de vítimas sob os escombros.

Fonte: Papiro