Submissão a EUA/Otan leva Macron ao maior desgaste político desde sua eleição
Às 17 horas, horário local, o comparecimento às urnas no primeiro turno das eleições legislativas antecipadas da França alcançou 59,39% neste domingo (30), o maior desde 1978, o que reflete a percepção popular de que é um momento de definição para o país. A eleição irá a segundo turno, no dia 7 de julho.
Em situação de virtual pato manco, o presidente Emmanuel Macron optou por convocar eleições legislativas após a flagrante derrota de seu partido na disputa ao Parlamento Europeu, em que ficou em terceiro lugar, ao mesmo tempo em que a extrema-direita de Marine Le Pen e Jordan Bardella chegou em primeiro lugar, com o dobro da votação.
O arrocho e as medidas do governo contra os trabalhadores, além da submissão aos EUA/Otan levaram Macron ao desgaste que resultou na sua pior derrota na eleição europeia. Diante disso, os partidos França Insubmissa, comunistas, socialistas e verdes formaram a Nova Frente Popular, se uniram chamando a barrar os fascistas de Le Pen e derrotar Macron. A NFP tem estado na frente da coalizão pró-Macron nas pesquisas.
Foi a política de Macron de submissão aos EUA e de corte de direitos trabalhistas e sociais, dos quais o aumento da idade de aposentadoria é o mais clamoroso, que o deixou nessa situação de terceiro colocado apontada pelas pesquisas.
O subproduto das sanções ilegais contra a Rússia foi o aumento do preço da energia, a carestia e a desaceleração econômica, enquanto Macron, no afã de agradar Biden, aventou enviar tropas francesas de bucha de canhão para a guerra de procuração da Otan contra a Rússia na Ucrânia.
A decisão de Macron antecipar as eleições legislativas, que poderiam ocorrer em 2027, junto com as eleições presidenciais, foi vista por analistas como arriscada e até aventureira. No legislativo dissolvido, o partido de Macron tinha maioria.
Se a coalizão de Macron perder a eleição como tudo indica, o que virá será um assim chamado governo de coabitação, em que o presidente é de um partido, e o primeiro-ministro, que cuida dos assuntos domésticos, é de outro. No caso, ou Bardela/Reunião Nacional, ou da Nova Frente Popular, cujos apoiadores clamam que “Minha França é antifascista”.
Fonte: Papiro