Servidores do IBGE aprovam indicativo de greve para 1º de julho
Os servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aprovaram indicativo de greve, a partir do dia 1º de julho, contra as propostas apresentadas pelo governo relacionadas à remuneração e carreira.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE (AssIbge), na última mesa de negociação com o Ministério de Gestão e Inovação, em 28 de maio, o governo apresentou “uma contraproposta que ignora toda uma discussão construída ao longo dos últimos 10 anos, e oferece não mais do que um reajuste de 9% em 2025, e 3,5% em 2026”.
“Não é razoável que, além de ter sido negado o patamar salarial requerido, o governo esteja ainda projetando uma ampliação do injustificável desnível remuneratório entre órgãos de equivalente posição topográfica no Estado brasileiro, vez que aos trabalhadores do Banco Central os percentuais oferecidos foram de 10,9% em 2025, e outros 10,9% em 2026”, diz o AssIbge.
“O sindicato ainda pretende esgotar a mesa de negociação junto ao Ministério de Gestão e Inovação, razão pela qual o indicativo aponta para a greve a partir de 01/07, após o transcurso de tempo no qual nova proposta do governo merecerá atenta apreciação das assembleias”, diz o AssIbge em nota. A entidade enfatiza a importância do IBGE, indispensável papel na formulação do Estado brasileiro. Para o AssIbge, é “inadiável que o órgão seja dotado de orçamento suficiente às suas finalidades, e cabendo aos seus trabalhadores, efetivos ativos e aposentados, bem como os temporários, a valorização condizente”.
Além do arrocho salarial sobre os servidores, com zero de reajuste para este ano, os funcionários do IBGE também denunciam que “o austericídio está prejudicando o funcionamento cotidiano da instituição e inviabilizando o planejamento”.
“No ano corrente, o IBGE tem atrasado pagamento de contas de aluguel, água, luz e de funcionários terceirizados de limpeza. Em anos recentes, os cortes orçamentários implicaram adiamentos, suspensão e cancelamentos de uma série de pesquisas essenciais – caso do Censo Agropecuário e da Pesquisa de Orçamento Familiar (realizados com atraso), da Contagem Populacional de 2015 (cancelada) e de diversos outros levantamentos. O IBGE também depende atualmente de verbas externas, de outros órgãos de governo, para realização de levantamentos temáticos – essa forma de financiamento, de caráter volátil, é incompatível com a necessidade de estabilidade para estruturação de um sistema de informações. Ressaltando que a sociedade demanda cada vez mais produção de dados estatísticos e geográficos, implicando a necessidade de ampliação do plano de trabalho do IBGE”, afirma o AssIbge.
Fonte: Página 8