Claudia Sheinbaum, da frente "Sigamos Fazendo História" | Foto: AFP

“Pela primeira vez em 200 anos me tornarei a primeira mulher presidente do México”, afirmou a cientista Claudia Sheinbaum Pardo, candidata da coligação “Sigamos Fazendo História”, definindo que a prioridade de seu governo será “um desenvolvimento nacional que promova o bem-estar social”

Administradora avaliada como competente e comprometida, Sheinbaum governou a capital, a Cidade do México, até solicitar licença para concorrer à presidência, celebrou a conquista ao receber do Instituto Nacional Eleitoral (INE), no início da noite de domingo (2), a projeção da sua vitória por quase 30% de vantagem, confirmada pelos oposicionistas Xóchitl Gálvez e Jorge Álvarez Máynez.

Apoiada pelo atual mandatário Andrés Manuel López Obrador (AMLO), que apontou como “um homem excepcional e único que transformou para melhor a história do nosso país”, a presidenta eleita, que é acadêmica da Universidade Nacional Autônoma do México, agradeceu a expressiva votação. O comparecimento de cerca de 65% dos eleitores às urnas garantiu ao Movimento de Renovação Nacional (Morena), ao Partido Trabalhista (PT) e ao Partido Ecologista Verde do México (PVEM) – integrantes da coligação – “maioria qualificada na Câmara dos Deputados e muito provavelmente no Senado”. “Tenha certeza de que viveremos à altura da nossa história e do povo generoso do México”, se comprometeu a presidente, enfatizando sobretudo a defesa “ao nosso projeto de nação”.

Amparada pela ampla mobilização do segundo país mais povoado da América Latina, a líder reiterou que “não chega só, todos chegamos com o nosso povo heroico que nos deu a pátria, com as nossas filhas e as nossas netas. Demonstramos que o México é um país democrático, com eleições pacíficas e muito participativas”.

Sheinbaum disse que seu governo será “honesto, sem influência, sem corrupção ou impunidade” e que “não haverá aumentos reais no combustível ou na eletricidade; e que será a mantida a divisão obrigatória entre o poder econômico e o poder político”. “Sempre defenderemos e trabalharemos pelo interesse supremo do povo do México e da nação, e agiremos de acordo com as leis e ao direito. Garantiremos as liberdades de expressão, de imprensa, de reunião, de concentração e de mobilização”, apontou.

A nova presidente destacou que se dedicará a fomentar o orçamento público, “para garantir todos os programas de bem-estar iniciados pelo presidente Andrés Manuel López Obrador, e também a todos os programas aos que nos comprometemos”. Entre as prioridades estão a ampliação do acesso aos direitos à alimentação, à saúde, à moradia, e à cultura, acrescentou. “Quer dizer, seguiremos construindo um verdadeiro Estado de bem-estar”.

A nova presidente sublinhou que os projetos estratégicos ampliarão a infraestrutura de trens, rodovias, estradas, portos e aeroportos e que, da mesma forma, promoverá a soberania energética, as energias renováveis ​​e o desenvolvimento científico e tecnológico.

Em relação à política externa, Sheinbaum explicou que continuará empenhada em defender os direitos dos mexicanos que se encontram “do outro lado da fronteira” nos Estados Unidos, buscando uma relação de “amizade, respeito mútuo e igualdade” e que dará continuidade aos princípios de não-intervenção, cooperação internacional, autodeterminação dos povos e construção da paz.

Entusiasmado, o presidente López Obrador agradeceu em mensagem de vídeo o empenho de cada um e de todos para que a vitória eleitoral fosse maiúscula: “Hoje é um dia de glória porque o povo do México decidiu livre e democraticamente que Claudia Sheinbaum se tornasse a primeira mulher presidente em 200 anos de vida independente da nossa República. Parabéns a todos nós que temos a alegria de viver nestes tempos estelares de orgulho e transformação”. Ao mesmo tempo, o presidente confessou “estar muito feliz, orgulhoso de ser presidente de um povo exemplar, o povo do México”.

Neste domingo, o país realizou a maior eleição da sua história, definindo o presidente, senadores, deputados, nove governadores, a chefia do governo da capital e 80% das quase 2.500 prefeituras mexicanas para o período de 2024 a 2030.

Fonte: Papiro