Perdemos 10 anos ao não explorar a Margem Equatorial, diz presidente da Petrobrás
A presidente da Petrobrás, Magda Chambriard, voltou a defender a exploração da Margem Equatorial brasileira, faixa que se entende entre o Rio Grande do Norte ao Amapá, com grande potencial de petróleo e gás a ser explorado.
“Mantemos a nossa posição de que a Margem Equatorial assim como outras novas fronteiras exploratórias é essencial para a reposição de reservas do país”, afirmou Magda Chambriard, durante a FII Priority Summit, um evento realizado no hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, na quarta-feira (13), pelo Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita.
Chambriard avalia que o Brasil “já perdeu dez anos” no debate sobre a exploração da região da Foz do Amazonas – mais especificamente o bloco FZA-M-59 no litoral do Amapá, o de maior potencial entre 42 blocos. O bloco, apesar de estar localizado a 500 km da foz do rio Amazonas e a 2.800 metros de profundidade, teve seu licenciamento para pesquisa negado pelo instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com a justificativa de que a pesquisa traz riscos à fauna e as terras indígenas na região.
A presidente da Petrobrás afirma que “a Margem Equatorial foi licitada em 2013. Todo estudo foi feito. A Total estudou [exploração de petróleo na área] e desistiu, assim como a BP. A Petrobrás está lá agora com todos os esforços. Não é crível que três grandes petroleiras estejam desempenhando mal seu papel em termos de licenciamento”, comentou Magda Chambriard.
Para viabilizar a autorização do órgão ambiental, Chambriard enviará ao Ibama novos materiais, com mais detalhes do plano da Petrobrás para a região ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
“A questão transcende a discussão técnica”, também observou Chambriard. “Entendo que é possível ao órgão ambiental fazer exigências para o licenciamento, é possível dizer como pretende que o licenciamento seja viável, mas tenho dificuldade de entender como se nega uma licença que foi previamente concedida. A questão do petróleo, gás e biocombustíveis são parte da política energética nacional”, declarou.
Fonte: Página 8