Manifestante retira barreira policial diante do parlamento israelense | Foto: Haaretz

Dezenas de milhares tomaram a frente do parlamento israelense e depois marcharam até a residência do primeiro-ministro de Jerusalém, exigindo, além da saída de Netanyahu, o acordo para liberar prisioneiros israelenses e palestinos e cessar-fogo já.

Na manifestação desta segunda-feira, a primeira da convocada “semana de protesto pela saída de Netanyahu”, o Knesset, parlamento israelense teve a frente tomada e depois os manifestantes seguiram em passeata até a residência oficial do premiê.

Três manifestantes ficaram feridos e oito foram presos em confrontos com a polícia diante da residência de Netanyahu.

Oito meses após o início da agressão aos palestinos da Faixa de Gaza e um ano e meio desde que a gangue que ocupa o governo de Israel buscou se perpetuar através do golpe parlamentar retirando poderes do Judiciário, os manifestantes exigem novas eleições para derrubar Netanyahu, acordo para libertar os prisioneiros palestinos e israelenses.

A chamada “Semana de Resistência” foi anunciada nas manifestações por todo o país neste sábado (15) logo após a renúncia de Benny Gantz e Gadi Eisenkot, que passaram a compor o bloco oposicionista.

A ideia dos manifestantes é bloquear estradas, ocupar a frente de residências de deputados entre outras atividades para fortalecer a rejeição ao que chamam de “governo da destruição”.

Desde o início da manifestação desta segunda-feira em Jerusalém, os protestos foram confrontados por grande número de tropas de choque.

O líder do Partido Trabalhista, Yair Golan, discursou em Jerusalém para questionar: “Quem são aqueles dentre vocês que se mostram desesperados, achando que é impossível derrubar este governo? Nós teremos sucesso e não importa como conseguiremos dar fim a este governo, nós não vamos nos abater por um momento sequer, nunca desistiremos”.

A ativista Kalanit Sharon acompanhou o chamado de Golan e destacou que “em regimes fascistas o governo quer manter os cidadãos desesperados, mas nós já percebemos que se nos desencorajamos, desistimos de lutar, não sobreviveremos”.

“O processo de cura de Israel começa aqui, vamos continuar neste processo até a renúncia deste governo”, afirmou um dos manifestantes, Oren Shvill.

O reitor da Universidade Hebraica, Asher Cohen, juntou-se aos manifestantes para denunciar o perigo de uma lei que tramita no parlamento e que se aprovada tornará as universidades obrigadas a demitir de imediato professores que “incitem contra Israel, que falem de forma a negar a existência de Israel como um Estado democrático judaico”.

“Esta lei é uma abominação, é uma lei perigosa para a igualdade de direitos e liberdade de expressão e coloca em risco as nossas vidas”, disse o reitor.

Fonte: Papiro