Israel usa palestino ferido amarrado a jipe como escudo humano, denuncia relatora da ONU
“#EscudoHumano Em Ação”, postou a relatora da ONU para Direitos Humanos na Palestina, Francesca Albanese. Vídeo mostrando o crime de guerra viraliza nas redes sociais e expõe barbárie israelense.
Em mais uma cena da barbárie das tropas coloniais israelenses em território palestino, vídeo que viralizou nas redes sociais no sábado (22) mostrou um palestino ferido, amarrado horizontalmente ao capô de um jipe da ocupação, sendo conduzido em meio a uma razia na cidade de Jenin, Cisjordânia.
E, para todos os efeitos práticos, utilizado como escudo humano. Mais tarde, o palestino ferido foi identificado como Mujahid Raed Abbadi, de 24 anos.
A denúncia via redes sociais partiu da relatora especial das Nações Unidas sobre a situação dos direitos humanos nos territórios palestinos, Francesca Albanese.
O evidente crime de guerra também foi condenado pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), que classificou de “desproporcionais” os ataques israelenses ao campo de refugiados de Shati em Gaza e a Jenin na Cisjordânia, lembrando suas obrigações como “potência ocupante”.
“Em mais um exemplo de comportamento ilegal, [as forças israelenses] amarraram um dos homens – que havia sido baleado por eles no braço e na coxa – ao capô de um jipe militar de forma abusiva.”
“Tais ações constituem graves violações das obrigações de Israel sob a lei de ocupação relativa a pessoas protegidas e sob o direito internacional de direitos humanos em relação aos direitos individuais à vida e à saúde, a proibição absoluta de tratamento ou punição desumana ou degradante.”
Diante da repercussão do caso, as tropas coloniais acabaram fazendo a entrega de Abbadi ao Crescente Vermelho, o equivalente islâmico da Cruz Vermelha. Ele disse à AFP, enquanto se recuperava no hospital, que foi atingido e ferido quando saía da casa de seu tio em Jabriyat, um bairro de Jenin.
“Tentei me retirar e entrar na casa, mas eles começaram a atirar”, acertando-o na mão.
“Quando eles [os soldados] chegaram, pisaram na minha cabeça e atingiram meu rosto, minha perna e mão feridas”, disse Abbadi. “Eles estavam rindo e zombando enquanto me batiam.”
Ele disse que os soldados israelenses o levantaram e o jogaram no chão antes de amarrá-lo ao capô do jipe, o que o deixou com “queimaduras nas costas do pescoço à parte inferior das costas”, de acordo com um médico do hospital Ibn Sina.
Flagrado, o exército israelense confirmou o “incidente” (!?), que cinicamente asseverou violar “ordens e procedimentos operacionais padrão”, e prometeu “investigar”. Supostamente se trataria de uma “operação de contraterrorismo” (sic) para prender “suspeitos na área de Wadi Burqin, perto de Jenin”.
Quanto às violações perpetradas por Israel, são de tal monta que inclusive a principal instância judicial do planeta, a Corte Internacional de Justiça da ONU está investigando o país por genocídio em Gaza.
A imagem do palestino ferido sendo usado como escudo humano num beco de Jenin é ainda mais chocante por ser notório que o exército colonial israelense vive imputando à resistência palestina usar a população como escudo humano, sempre que são as tropas de Netanyahu que bombardeiam civis indiscriminadamente.
Pelo menos 480 palestinos já foram mortos em razias anteriores na Cisjordânia desde o dia 7 de outubro de 2023
Segundo a agência de notícias palestina Wafa, um adolescente palestino de 15 anos ficou ferido no domingo quando soldados israelenses dispararam balas reais, bombas sonoras e gás lacrimogêneo contra moradores de Nablus. As forças de ocupação israelense também dispararam munição real e gás lacrimogêneo contra os moradores do vilarejo de Osarin, ao sul da cidade. Invadiram ainda Umm Safa e al-Mughayyir, aldeias ao norte e nordeste de Ramallah.
Fonte: Papiro