Benny Gantz | Foto: Reprodução

O ministro da guerra (que os israelenses chamam de “Defesa”) até este domingo (9), Benny Gantz, apresentou sua carta de renúncia insistindo em declarações anteriores de que Netanyahu deveria dissolver o parlamento e convocar eleições (nas quais, de acordo com todas as pesquisas, o bloco que sustenta seu governo, com 64 das 120 cadeiras, mesmo com a saída dos deputados do partido de Gantz, Unidade Nacional perderia a maioria).

Na verdade, há nas ruas um clamor (com manifestações por todo o país toda semana) pelo afastamento de Netanyahu. Uma pesquisa conduzida pelo jornal Times of Israel, neste sabado (8) indica que 62% não votariam em um partido que apoiasse a manutenção de Netanahu como chefe de governo e somente 19% apoiaria partidos que o apoiam no governo. Outros 19% disseram que não sabiam responder.

Também há uma maioria de israelenses achando que Netanyahu adia o estabelecimento de um acordo de troca de prisioneiros com o Hamas, por “considerações pessoais”, mostra a mesma pesquisa.

O ministro Gadi Eisenkot, ex-chefe do Estado Maior de Israel, que também renuncia, já havia dito que a bravata de Netanyahu de “demolir o Hamas é irrealista”.

Agora, em sua carta de renúncia, Eixenkot diz que “considerações políticas externas aos interesses de Israel se infiltraram nas discussões governamentais” e que “apesar dos esforços de alguns de nós, inclusive meu colega Gantz, ficou impossível melhorar a posição estratégica de Israel e por isso deixamos o governo”.

O ex-premiê Yair Lapid, que se manteve na oposição a Netanyahu e o criticava por sua recusa em chegar a um acordo com o Hamas, liberando os reféns israelenses, deu as boas vindas à vinda de Gantz para a oposição.

“A decisão de Gantz e Eisenkot de deixar este governo falido é importante e correta. A hora é chegada para substituirmos este governo extremista e sem freios por um governo são que nos liderará ao retorno da segurança para os cidadãos de Israel, para o retorno dos detidos, para a restauração da economia israelense e o nosso status internacional”.

Tentando esconder o revés e o isolamento crescente, Netanyahu buscou chantagear Gantz e deixá-lo mal junto ao eleitorado israelense – após menosprezar de forma sistemática suas opiniões – apelando: “Benny, este não é o momento de abandonar a campanha, é hora de juntar forças”.

Fonte: Papiro