Foto: TST

Após três dias de greve, que mobilizou mais de 80% dos funcionários da Eletrobrás, os funcionários da empresa garantiram a retomada da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), com mediação do Tribunal Superior do Trabalho (TST). A primeira audiência foi realizada nesta quinta-feira (13), mediada pelo ministro Mauricio Godinho Delgado.

Com a retomada das negociações, os eletricitários acataram a proposta do Tribunal de suspender a greve. “A mediação é uma vitória do movimento grevista, mostrando a força e determinação da nossa categoria. A unidade e mobilização de todos é o que impulsiona esta luta, e juntos continuaremos até conquistar um Acordo Coletivo de Trabalho justo e digno para todos”, afirmou o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE). 

A greve foi deflagrada na segunda-feira (10) após os trabalhadores negarem a proposta da direção da Eletrobrás, que previa a redução de salários, retirada de benefícios, alteração do plano de saúde e abria margem para demissões em massa, além da rejeição por parte da empresa de mediação no TST. Privatizada durante o governo Bolsonaro, a Eletrobrás tem 7 mil funcionários.  

A Eletrobrás chegou a propor cortes de salários e congelamento salarial por dois anos para quem ganha mais de R$ 6 mil. Na audiência, a empresa manteve a proposta de reajuste pelo IPCA apenas para quem recebe salários fixos até R$ 6 mil. Salários acima disso teriam abonos, sem natureza salarial. Como não houve acordo, a negociação será mantida entre as partes.

Outra questão rechaçada pela categoria durante a campanha salarial é o plano da empresa de promover demissão em massa, o que, segundo as lideranças, vai além da questão dos trabalhadores, porque “coloca em risco o sistema energético brasileiro”. “Temos trabalhadores e trabalhadoras altamente qualificados que não podem ser substituídos de uma hora para outra, sem um devido treinamento”, afirma a vice-presidente da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), Fabíola Latino.

De acordo com o TST, “a Eletrobrás se comprometeu a entregar a proposta de ACT 2024/2026 com os ajustes redacionais para avaliação da categoria profissional na próxima segunda-feira (17)”. Nova audiência de conciliação para buscar o entendimento conclusivo sobre o acordo foi marcado para o dia 21.

Fonte: Página 8