“A posição de Washington impede a paz no Oriente Médio”, denuncia Jill Stein | Foto: Rebecca Cook/Reuters

A candidata à presidência dos Estados Unidos, Jill Ellen Stein, afirmou nesta semana ao programa “With the Editor”, da televisão palestina, que o governo norte-americano pode pôr fim ao genocídio praticado pelas tropas israelenses, basta apenas parar de fornecer armas ao governo de Benjamin Netanyahu.

“A atual posição americana é o que impede o processo de paz na região, e esta administração não leva a sério as posições que expressa, tomando uma posição que viola a lei”, afirmou Stein.

A candidata Jill Stein ressaltou que o “Congresso dos EUA não pode continuar a financiar o lado israelense com armas”.

Na avaliação da médica que foi candidata a presidente dos EUA em 2016 pelo Partido Verde, bastaria um telefonema do presidente Joe Biden para que seu país pusesse fim a uma agressão que já ceifou mais de 35 mil vidas e deixou mais de oito mil desaparecidos, grande parte crianças. Stein disse que Biden age de uma forma que viola o direito internacional ao armar Israel, que viola os direitos humanos e todos os acordos e impede a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Para a líder oposicionista estadunidense, é um processo histórico de agressão, com Israel cometendo genocídio contra o povo palestino há 76 anos, o que constitui uma grande tragédia que exige uma mobilização em prol dos valores humanos. “Estamos vendo um estado de raiva pelo genocídio cometido por Israel e pelo apoio dado pela administração norte-americana ao governo sionista”, frisou.

De acordo com Jill Stein, a posição estadunidense já dura décadas, apoiando e financiando guerras desastrosas por todo o planeta, postura que é extremamente prejudicial para os interesses do povo americano.

O fato de Biden convidar Netanyahu para falar perante o Congresso é “uma traição ao povo americano e é uma questão irritante, especialmente à luz da emissão de mandados de prisão contra ele”. “Netanyahu deveria ser preso em vez de vir para os Estados Unidos”, destacou.

A líder oposicionista saudou as mobilizações de solidariedade e protesto dos estudantes universitários americanos, frisando que são manifestações de quem não aceita a política do império americano, de jovens que defendem um futuro melhor para si e para o mundo, sendo solidários com a causa palestina, a mais justa do mundo.

A covarde repressão aos participantes dos protestos, condenou Jill Stein, é um ataque à liberdade de expressão e aos direitos. É uma violação à própria Constituição dos EUA, que exige a necessidade de ir à Justiça e apresentar queixa contra a polícia que agride covardemente os manifestantes. O fato, sintetizou, “é que Biden age como o presidente de um império e não se importa com o que milhões de palestinos estão expostos”.

Para Stein, é insustentável o fracasso da administração estadunidense em pressionar Israel para fornecer ajuda humanitária à Faixa de Gaza, apesar dos anúncios das Nações Unidas e do Programa Alimentar Mundial de que a fome ameaça os cidadãos de Gaza, que estão em meio a uma grave crise alimentar.

No mesmo contexto, ela sublinhou a necessidade de pôr fim aos ataques e ao armamento dos chamados colonos, armados, que cometem crimes contra os civis, as suas casas e os seus bens, sublinhando que há crescente consciência na sociedade americana, diante do processo de limpeza étnica e genocídio praticado contra todos os palestinos.

“O que está ocorrendo na Palestina é pior do que o regime de apartheid que ocorreu na África do Sul”, reiterou Stein, defendendo a utilização de todos os elementos possíveis para pressionar a administração americana.

Sobre o ataque das tropas de Netanyahu à Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para Refugiados (UNRWA), a candidata do Partido Verde fez uma condenação enfática: “Israel está matando trabalhadores na agência e no setor médico e de saúde, e também bombardeando hospitais. Todos estes crimes são apoiados pela administração americana. Devemos lutar contra o discurso israelense contra a agência e as organizações internacionais e deve haver uma posição internacional a favor da agência”.

Não é possível opor-se à ideia das Nações Unidas de colocar o Estado ocupante na lista da vergonha, defendeu Stein, “classificando Israel como alguém que prejudica as crianças e até as mata”. “Isso acontece todos os dias e está documentado com imagens. A posição americana é fonte de raiva e vergonha, e ninguém pode negá-lo, amordaçando bocas e enganando a justiça”, acrescentou.

No mesmo contexto, a candidata apontou que os ataques sionistas contra os locais sagrados e a proibição do acesso dos fiéis à Jerusalém ocupada fazem parte da política de apartheid e genocídio contra o povo palestino, à qual deve ser posta fim de uma vez por todas.

Fonte: Papiro