Estudantes da Universidade de Chicago tornam formatura ato de protesto contra genocídio em Gaza
Centenas de estudantes abandonaram a cerimônia de formatura da Universidade de Chicago, no sábado (01), em protesto contra a retenção dos diplomas de quatro alunos do último ano por sua participação em um acampamento a favor dos direitos da Palestina.
Vaias ao governo e à direção da escola marcaram o ato ao ar livre junto com apelos de “parar o genocídio” e repúdios aos crimes de Netanyahu. Muitos estudantes seguravam bandeiras palestinas, e outros usavam os tradicionais keffiyehs, lenços xadrez preto e branco que representam a solidariedade com a Palestina, sobre suas roupas.
“Meu diploma não importa quando há pessoas na Palestina e em Gaza que nunca mais subirão a um palco, que nunca receberão um diploma. E eles? Quem vai lutar por eles?”, declarou Youssef Hasweh, um dos quatro estudantes que foram informados por e-mail nos últimos dias que seus diplomas seriam retidos enquanto se aguarda um processo disciplinar relacionado com o rechaço ao genocídio em Gaza, segundo o grupo estudantil “UChicago United for Palestine”.
Os alunos ainda conseguiram participar da formatura e podem receber seus diplomas se forem liberados posteriormente após os procedimentos em curso sobre supostas violações da política disciplinar do campus.
Milhares de estudantes e professores assinaram um documento pedindo que a universidade concedesse os diplomas, enquanto mais de uma dúzia de membros do Conselho Municipal de Chicago escreveram uma carta pedindo o mesmo.
O protesto na Universidade de Chicago faz parte de um movimento mais amplo que tem se espalhado por todo o país, de Harvard ao Instituto de tecnologia de Massachusetts (MIT), passando por Yale, Emory, Emerson, Tufts, Brown, Stanford e a Universidade do Texas em Austin, com estudantes exigindo que as suas universidades cortem os laços comerciais com Israel ou com empresas que apoiam a guerra em Gaza.
Isso acontece em um período em quem diversas instituições de ensino superior dos EUA se preparam para as cerimônias de formatura da primavera.
Fontes do Ministério da Saúde da Palestina informaram, nesta segunda-feira (3), que o número de mortos na agressão da ocupação contra a Faixa de Gaza aumentou para 36.479 pessoas e 82.777 feridos desde 7 de outubro.
As mesmas fontes explicaram que as forças ocupantes cometeram durante as últimas 24 horas
4 massacres contra famílias na Faixa de Gaza, resultando na morte de 40 cidadãos e no ferimento de outros 150. Salientaram que milhares de vítimas continuam debaixo dos escombros e nas estradas, referindo que as ambulâncias e as equipes de proteção civil não conseguem chegar até elas.
Fonte: Papiro