Chapa da CTB/Fitmetal disputa eleição nos metalúrgicos de Jaguariúna
Uma das principais bases operárias no estado de São Paulo está com eleição marcada. Nos dias 12 e 13 de junho, os metalúrgicos de Jaguariúna, Amparo, Pedreira, Serra Negra e Monte Alegre do Sul votam para eleger a nova diretoria de sua entidade máxima – o Sindicato dos Metalúrgicos (Sindmetal) de Jaguariúna e Região.
Atual presidente, José Francisco Salvino, o Buiu, disputa a reeleição à frente da Chapa 1 – Unidade, Luta e Renovação. A chapa conta com o apoio da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e da Fitmetal (Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil) – entidades das quais Buiu também é dirigente.
Sob sua liderança, o sindicato acumula diversas conquistas desde 2010, apesar de enfrentar na mesa de negociações a todo-poderosa Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), com suas diversas representações. “Garantimos reajustes que recuperaram as perdas da inflação e aumentaram os ganhos reais dos metalúrgicos através de acordos com praticamente todos os grupos patronais da Fiesp”, destaca Buiu.
Outro avanço foi a manutenção de Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs) que, segundo o presidente, “ampliam os direitos para além da legislação trabalhista”. Hoje, o piso salarial da categoria está acima do salário mínimo, e os pagamentos por horas extras e adicional noturno são maiores do que o previsto na CLT. Há também mais garantias de emprego, licença-maternidade de até 180 dias, auxílio-creche e indenização por invalidez ou morte.
Ao todo, a base é composta por cerca de 8 mil trabalhadores, em cinco cidades da região metropolitana de Campinas (SP). Entre as fábricas de grande e médio porte, estão a Flex (antiga Motorola) e a Mahle (antiga Delphi), em Jaguariúna, e a Marelli, em Amparo. Nessas empresas, em especial, a direção conseguiu negociar bons acordos de PLR (Participação nos Lucros e Resultados).
Lutas nacionais
Ao lado da CTB e da Fitmetal, o sindicato teve papel de destaque em diversas lutas nacionais em defesa dos trabalhadores, especialmente na resistência às reformas dos governos Michel Temer (2016-2018) e Jair Bolsonaro (2019-2022). Com a volta de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência, a partir de 2023, a direção do Sindmetal intensificou a luta pela reindustrialização de São Paulo e do Brasil.
“É um sindicato importante, que tem se pautado pela defesa da Constituição, dos direitos da classe trabalhadora e da industrialização do País”, diz Rene Vicente, presidente da CTB-SP e vice-presidente nacional da CTB. “Que possamos manter esse sindicato sob a direção da nossa central, para levar adiante o debate pelo desenvolvimento com valorização do trabalho e distribuição de renda, além do debate sobre a reindustrialização.”
Na opinião do presidente da Fitmetal, Assis Melo – que visitou Jaguariúna no último dia 26 de maio –, é hora de demonstrar “confiança e firmeza” no trabalho da direção do sindicato. “Votar massivamente na Chapa 1 é a garantia de um Sindmetal comprometido com os direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras. Que o sindicato continue unido e forte na defesa dos interesses da categoria”, afirma Assis.
A eleição terá duas chapas – mas apenas a Chapa 1 representa a continuidade do sindicalismo classista e combativo. Além de manter a tradição de lutas e conquistas, o grupo se preocupou com a representatividade. Dos 26 membros da Chapa 1, 15 já são dirigentes sindicais e 11 concorrem pela primeira vez.
“O sindicato, junto com o movimento sindical, precisa estar a todo momento atento e vigilante para defender os trabalhadores dos ataques e retrocessos que os grupos poderosos tentam impor à classe trabalhadora”, afirma Buiu. “Vamos continuar ao lado da CTB e da Fitmetal lutando dia e noite para defender nossas bandeiras.”