Foto: Unrwa

Os ataques indiscriminados de Israel contra a população palestina continuam e geraram um novo capítulo trágico. Na quinta-feira (6), um ataque aéreo atingiu uma escola Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA), no campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza. Até o momento foram contabilizados 40 mortos e dezenas de feridos.

Esta ação genocida foi condenada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil. Em nota, o governo disse que “condena, nos mais fortes termos, o ataque” ao complexo que “abrigava deslocados internos, em sua maioria mulheres e crianças, que têm na UNRWA ponto de apoio indispensável.”

Ainda foi destacado que a ofensiva militar israelense, desde o começo da guerra, gerou “430 incidentes envolvendo as instalações da UNRWA”, com 455 deslocados internos mortos, 1.476 feridos em instalações do órgão, além de 180 funcionários da Agência da ONU mortos.

“Não há justificativa para ataques militares contra instalações da ONU. Da mesma forma, áreas densamente povoadas devem ser poupadas”, diz a nota.

Por fim, o governo brasileiro conclamou as partes envolvidas no conflito a se engajarem em um plano pelo cessar-fogo imediato e duradouro, com base na “proposta de acordo atualmente sobre a mesa, apresentada pelo Presidente dos EUA, Joe Biden, em 31 de maio último”.

Declaração conjunta

Após a nota de repúdio brasileira emitida pelo MRE, o governo ainda aderiu a uma declaração conjunta com líderes de outras 16 nações com o pedido de libertação de reféns, pelo cessar-fogo e o fim imediato das hostilidades, com direcionamento à solução de dois Estados.

Veja o texto a seguir:

Como líderes de países profundamente preocupados com os reféns detidos pelo Hamas em Gaza, incluindo muitos dos nossos próprios cidadãos, apoiamos totalmente o movimento rumo a um cessar-fogo e a um acordo de libertação de reféns agora sobre a mesa e conforme delineado pelo Presidente Biden em 31 de maio de 2024. Não há tempo a perder. Apelamos ao Hamas para fechar este acordo, que Israel está pronto para avançar, e iniciar o processo de libertação dos nossos cidadãos.

Observamos que este acordo levaria a um cessar-fogo imediato e à reabilitação de Gaza, juntamente com garantias de segurança para Israel e oportunidades para uma paz mais duradoura e a longo prazo e uma solução de dois Estados. Neste momento decisivo, apelamos aos líderes de Israel, bem como ao Hamas, para que assumam todos os compromissos finais necessários para fechar este acordo e trazer alívio às famílias dos nossos reféns, bem como às pessoas de ambos os lados deste terrível conflito, incluindo as populações civis. É hora de a guerra acabar e este acordo é o ponto de partida necessário.

Brasil, Estados Unidos, Argentina, Áustria, Bulgária, Canadá, Colômbia, Dinamarca, França, Alemanha, Polônia, Portugal, Romênia, Sérvia, Espanha, Tailândia e Reino Unido