Protesto na ALMG na última terça-feira (14) | Foto: Aspra

Policiais e bombeiros militares de Minas Gerais ameaçam entrar em greve caso a retirada de direitos previdenciários proposta pelo governador Romeu Zema seja aprovada. 

Os servidores, que realizaram novos protestos nesta terça-feira (14), na porta da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (Almg), repudiam o Projeto de Lei 2.239/2024, que, se aprovado, prevê desconto de 13,5% nos proventos dos policiais e bombeiros (atualmente é de 10,5%), enquanto a contribuição do Estado, antes de 16%, passaria para 1,5%. De acordo com a proposta, pensionistas passarão a contribuir com o IPSM, o que atualmente não ocorre.

Em entrevista à rádio Itatiaia, o presidente da Associação dos Praças Policiais e dos Bombeiros Militares de Minas Gerais (ASPRA/PMBM), o subtenente Heder Martins, afirmou que a categoria precisa continuar pressionando os deputados estaduais para que “seja considerada a Emenda Substitutiva que entregamos na Casa Legislativa pela manutenção do IPSM. Precisamos da participação de todos. Assim, conseguiremos a pressão necessária para a garantia dos nossos direitos”.

O vice-presidente da Associação, Sargento Bahia, destacou que os servidores já acumulam cerca de 40% de perda salarial durante o governo Zema e reforçou a proposta encaminhada pela categoria em junho de 2020. 

“Pedimos a sensibilidade dos deputados que acatem a proposta que encaminhamos à Casa e ao Governo, pedindo a manutenção do nosso sistema social. Temos uma perda considerável de 41% ao longo dos sete anos de governo Zema. O Executivo enviou uma proposta de recomposição salarial de 3,62%. Isso não é nem 10% daquilo que pretendemos”, disse.

Hoje, os militares pagam 8% de contribuição para a previdência, com o Governo pagando 16%. A proposta, de acordo com os militares, acabaria com a assistência prestada à categoria e aos familiares.

“Hoje temos 240 mil vidas sendo atendidas no nosso instituto. A proposta vai estrangular nosso Hospital Militar e acabar com nossos convênios. Vai sucatear todos os 128 convênios do interior, e esses militares de lá vão vir aqui para o Hospital Militar. E não tem condições de 240 mil vidas serem atendidas aqui atualmente”, continuou Bahia.

O diretor da ASPRA/PMBM Regional Unaí, Subtenente Eustáquio José de Freitas, por sua vez, afirmou que Zema usa as forças de segurança para benefício próprio em detrimento da segurança pública. “A sociedade civil precisa saber que o Governador usa as forças de segurança para benefício próprio. Fazemos a nossa parte em manter a tranquilidade dos mineiros e visitantes, mas o governo não reconhece nossos esforços e quer retirar nossos direitos”, disse.

Fonte: Página 8