Para combater especulação, governo abre crédito de R$ 6,7 bi para importação de arroz
O governo federal abriu um crédito extraordinário de R$ 6,69 bilhões para a compra de arroz importado, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com o objetivo de garantir não só o abastecimento em todo o país, mas para barrar a especulação dos preços do cereal, após as graves chuvas e enchentes que ainda atingem o Rio Grande do Sul, Estado que é responsável por 70% da produção de arroz do Brasil.
Ao todo, a União destinou até agora R$ 7,2 bilhões para a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz, cujo preço será tabelado em R$ 4 por quilo para os consumidores brasileiros, que poderão ter acesso ao produto em mercadinhos locais, supermercados e hipermercados, além de estabelecimentos comerciais com ampla rede de pontos de venda nas regiões metropolitanas, segundo informações da Agência Brasil.
“Esta semana fiquei meio nervoso porque vi o preço do arroz muito caro no supermercado”, comentou o presidente Lula, ontem (25), durante inauguração de obras viárias na rodovia Presidente Dutra, em Guarulhos (SP). “No pacote de 5 quilos, no supermercado estava R$ 36, no outro [supermercado] estava R$ 33”, acrescentou o presidente.
Lula afirmou ainda que, “arroz e feijão é uma coisa que nós, brasileiros, não sabemos e não queremos abrir mão. Por isso, eles têm que estar no preço que o povo mais humilde e trabalhador possa comprar”, emendou. “Tomamos a decisão de importar um milhão de toneladas de arroz para que a gente possa equilibrar o preço do arroz neste País.”
Nesta semana, o governo federal também zerou o imposto de importação do arroz para países fora do bloco Mercosul, uma medida que será válida até o final de 2024.
A indústria brasileira de arroz anunciou a compra de 75 mil toneladas de arroz da Tailândia, com previsão de chegada em julho. Segundo a diretora-executiva da Abiarroz, Andressa Silva, a compra foi realizada na segunda semana de maio, independentemente da ação do governo federal de comprar arroz de outros países. No entanto, essa importação será beneficiada pela isenção de imposto, uma vez que o tributo é pago quando a mercadoria chega ao país de destino.
Apesar dos países do Mercosul serem os principais fornecedores de arroz do Brasil, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), responsável pela Conab, suspendeu o leilão para a compra de cerca de cem mil toneladas do cereal de países integrantes do bloco, na última terça-feira (21), diante da inexplicável alta de 30% no valor comercializado no grão pelos países vizinhos.
Fonte: Página 8