Governo de Israel insulta o embaixador Frederico Meyer | Foto: Reprodução

O ex-ministro e assessor especial da Presidência, Celso Amorim, afirmou que o embaixador brasileiro Israel, Frederico Meyer, não voltará para a Embaixada após tentativa de Israel de humilhar o diplomata e o Brasil.

“Não havia alternativa. Nosso embaixador foi humilhado”, falou Amorim.

“Acho que ele não volta. Se vai outro eu não sei, mas ele não volta. Ele foi humilhado pessoalmente e, com isso, o Brasil é que foi humilhado. A intenção foi humilhar o Brasil”, continuou o assessor especial para assuntos internacionais.

Meyer foi chamado de volta para o Brasil em fevereiro como forma de resposta do Brasil à agressão do governo de Israel contra Meyer.

O pronunciamento de Amorim aconteceu em resposta a alguns boatos nos últimos dias de que o embaixador estava voltando para retomar o cargo em Israel. Meyer retornou, mas não para retomar o cargo.

O chanceler israelense, Israel Katz, chamou Frederico Meyer para ir ao Museu do Holocausto. Lá, Katz deu um “sermão” e disse que o presidente Lula era “persona non grata até que retire o que disse”.

No dia anterior, Lula tinha falado que o massacre de palestinos realizado por Israel só pode ser comparado a “quando Hitler resolveu matar os judeus”.

Essa foi uma tentativa de constranger o governo do Brasil por ter uma postura firme contra o genocídio que o governo israelense está realizando contra os palestinos na Faixa de Gaza.

Desde outubro, Israel já assassinou mais de 35,7 mil palestinos, além de ferir outros 80 mil. Calcula-se que 70% dos mortos eram crianças e mulheres.

Os bombardeios israelenses estão ocorrendo em toda a Faixa de Gaza, sem que haja nenhum local seguro para os civis.

Na sexta-feira (24), a Corte Internacional de Justiça (CJI), órgão da ONU, ordenou que Israel interrompa “imediatamente” seu ataque militar à cidade de Rafah, no sul de Gaza.

Essa cidade estava recebendo palestinos que fugiram de toda a Faixa de Gaza em busca de segurança. Segundo a Agência da ONU na Palestina (UNRWA), mais de 815 mil pessoas tiveram que sair de Rafah por conta do ataque.

Fonte: Página 8