Na posse, Putin saúda luta dos russos pela soberania do país
O presidente Vladimir Putin, ao tomar posse nesta terça-feira (7), após ser reeleito em março com 87,3% dos votos, chamou a Rússia à autossuficiência, ao desenvolvimento e à melhoria do bem estar das famílias, enfatizou que os interesses e a segurança do povo da Rússia permanecem acima de tudo e anunciou que continuará trabalhando por um novo mundo multipolar, junto com a Maioria Global e com os povos da Eurásia.
A posse aconteceu em um momento em que se torna ainda mais frágil a situação militar do regime neonazista de Kiev a soldo da guerra por procuração da Otan contra a Rússia, enquanto a libertação do Donbass avança.
A Rússia se fortalece apesar das maiores sanções já aplicadas contra um país, encabeçadas por Washington, Londres e Bruxelas, mas que fracassaram na pretendida destruição da economia russa e esquartejamento do país. Sonhado nos círculos mais reacionários do planeta, como um antepasto para o ataque imperialista à China.
E, agora, declarações ocidentais sobre possível envio de tropas à Ucrânia, aprovação de uma “lei” nos EUA para financiar a guerra na Ucrânia com ativos russos ilegalmente confiscados e debates na União Europeia com o mesmo objetivo.
Como observou o presidente russo, “estou certo de que passaremos por este difícil período de transição com dignidade e que definitivamente implementaremos planos e projetos de desenvolvimento de longo prazo, que visam principalmente proteger o povo”.
Em meio à tormenta causada pelas sanções, a Rússia no ano passado, em PIB por Paridade de Poder de Compra, se tornou a quinta economia do mundo – enquanto a Europa está imersa na estagnação e dependência aos EUA.
Ao abrir o discurso, Putin agradeceu “aos cidadãos da Rússia em todas as regiões do nosso país, aos residentes das nossas terras históricas, que defenderam o direito de estar junto com a Pátria”. “Quero” – ele acrescentou – “me curvar aos nossos heróis, participantes da operação militar especial, todos que lutam pela Pátria”.
“A vontade consolidada de milhões de pessoas é uma força colossal, prova da nossa firme convicção comum de que determinaremos nós próprios o destino da Rússia e apenas nós próprios, para o bem das gerações atuais e futuras”, enfatizou o presidente.
Putin salientou o avanço, na Rússia, nas atuais circunstâncias, do espírito patriótico e coletivista. “Vemos como a atmosfera na sociedade mudou, como a confiabilidade, a responsabilidade mútua, a sinceridade, a decência, a nobreza de espírito e a coragem são altamente valorizadas hoje.”
“Tudo farei para que as pessoas que demonstraram as suas melhores qualidades humanas e profissionais comprovem com obras a sua lealdade à Pátria e assumam cargos de liderança na administração pública, na economia – em todas as esferas.”
Putin convocou a “garantir uma continuidade confiável no desenvolvimento do país nas próximas décadas, criar e educar as gerações jovens que fortalecerão o poder da Rússia, desenvolverão o nosso Estado, que se baseia na harmonia interétnica, preservando as tradições de todos os povos que vivem na Rússia, um país-civilização unido pela língua russa e pela nossa cultura multinacional.”
No discurso, Putin sublinhou que a Rússia deve ser autossuficiente e competitiva, ao mesmo tempo em que promove um sistema de governança resiliente e flexível o suficiente para se adaptar às novas condições. “O sucesso do país em lidar com problemas internos e externos depende em grande parte de permanecer unido e ter um desejo comum de beneficiar a pátria”, acrescentou.
“Juntamente com os nossos parceiros na integração da Eurásia e outros centros de desenvolvimento soberanos, continuaremos a trabalhar para formar uma ordem mundial multipolar e um sistema de segurança igual e indivisível”, destacou Putin, sobre a ordem unipolar sob o Pentágono e Wall Street, que definha a olhos vistos.
“Estivemos e estaremos abertos ao reforço das boas relações com todos os países que consideram a Rússia um parceiro confiável e honesto. E esta é verdadeiramente a maioria global”.
Putin acrescentou que Moscou não recusa o diálogo com os países ocidentais. “A escolha é deles: pretendem continuar a tentar conter o desenvolvimento da Rússia, continuar a política de agressão, a pressão contínua sobre o nosso país durante anos, ou procurar um caminho para a cooperação e a paz.”
“Repito: é possível uma conversa, inclusive sobre questões de segurança e estabilidade estratégica. Mas apenas em igualdade de condições, respeitando os interesses de cada um.”
Fonte: Papiro