Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

O governo Lula criou uma sala de situação com a Advocacia-Geral da União (AGU), o Ministério da Justiça, a Polícia Federal e a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) para discutir medidas de combate à fake news que têm atrapalhado o enfrentamento do desastre no Rio Grande do Sul.

Os órgãos se reuniram na sexta-feira (10) na sede da AGU.

 O grupo realizou um “mapeamento preliminar” das principais e mais danosas fake news que estão circulando nas redes sociais acerca das ações de auxílio à população no Rio Grande do Sul.

A Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia, que é parte da AGU, liderará as discussões e atuará de forma preventiva para impedir a disseminação de desinformação.

Já foram identificadas publicações dizendo, de forma mentirosa, que o governo federal investiu no show da cantora Madonna e não enviou recursos para o RS, assim como outras falam de uma suposta “inércia” das Forças Armadas diante da catástrofe.

Outras fake news tentam desincentivar a população dos demais Estados a fazerem doações, falando que os caminhões não conseguem chegar ao Rio Grande do Sul sem nota fiscal do material.

A AGU se reuniu com as empresas donas de plataformas digitais, como Google, TikTok, Meta (Facebook, Instagram e Whatsapp), entre outras, e apresentou uma“proposta de atuação conjunta no combate à desinformação sobre as enchentes no Rio Grande do Sul”.

O advogado-geral Jorge Messias falou que foi identificado “um aumento muito preocupante de conteúdos desinformacionais que têm abalado a atuação das forças de segurança pública, tanto das Forças Armadas quanto das forças do Rio Grande do Sul, nos trabalhos de pronto atendimento, salvamento e auxílio à população do Rio Grande do Sul”.

O protocolo de intenções enviado para as big techs “visa justamente ter uma atuação mais intensiva, mais célere, mais efetiva no combate ao conteúdo desinformacional”, explicou.

“Efetivamente, nós estamos aqui alterando a estratégia. Ao invés de atuarmos no varejo, nós vamos atuar no atacado: uma vez identificada a fake news, nós iremos acionar as plataformas para que a partir de algoritmos próprios, de atuação tecnológica interna, a partir dos próprios termos de uso, elas possam retirar o conteúdo que é considerado desinformacional”, afirmou o Advogado-Geral da União.

O plano prevê uma parceria com agências de checagem para a classificação de conteúdos mentirosos sobre a catástrofe no Rio Grande do Sul.

De acordo com a Defesa Civil, 136 pessoas morreram por conta das enchentes, enquanto 125 continuam desaparecidas. Mais de 71 mil pessoas estão em abrigos e 339.928 estão desalojadas. Ao todo, 1,9 milhão de pessoas foram afetadas.

Fonte: Página 8