Negociação entre direção da Eletrobrás e funcionários | Foto: LinhaViva

Os trabalhadores da Eletrobrás aprovaram estado de greve, em assembleia nesta segunda-feira (27), contra a proposta apresentada pela empresa, que prevê redução salarial em “negociações individuais”, congelamento de reajuste para quem recebe acima de R$ 6 mil, “liberdade de gestão”, com demissões sem justa causa, entre outras medidas. A nova proposta para o Acordo Coletivo de Trabalho 2024 e 2025 foi apresentada no último dia 23.

O histórico de negociações com a empresa após a privatização foi marcado pelo repúdio dos trabalhadores à proposta de corte salarial. Nas primeiras rodadas, a empresa chegou a propor redução de 12,5% nos salários de quem recebe abaixo de R$ 16 mil e previa “negociar caso a caso” com quem ganha acima desse valor. Após reação da categoria, a empresa passou a propor corte de 10% e, na última reunião, retirou a proposta, mantendo o facão nos salários para quem recebe acima de R$ 16 mil, ainda por meio de “negociações individuais”.

“O posicionamento firme, sem meias palavras, tem motivo: há cinco rodadas de negociações a empresa insiste na redução salarial dos funcionários que ganham menos, apesar de ter registrado lucro de R$ 4,4 bilhões e distribuído R$ 1,3 bilhão em dividendos para acionistas e R$ 83 milhões aos seus administradores. O que antes era uma empresa estatal responsável por garantir a geração e transmissão de energia para todos os lares do país, hoje é ferramenta do mercado para gerar fortunas para poucos. E os funcionários não estão neste grupo seleto”, afirma o Senge/RJ.

“Não vendemos a nossa alma, nem nossa dignidade, por uma proposta que quer um cheque em branco dos sindicatos para reduzir salários, congelar benefícios e demitir a grande maioria dos trabalhadores. Aqui não tem covardes”, afirma nota das entidades.

“Se não há consenso, restam a coragem e a lei. Assembleia permanente instalada, os trabalhadores agora aguardam retorno da empresa sobre as reivindicações apresentadas pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários – CNE. Mobilizados, os trabalhadores e trabalhadoras seguem na luta por dignidade”. Conforme a entidade, as negociações devem ocorrer até 7 de junho.

Fonte: Página 8