Estudantes ingleses solidários aos palestinos erguem acampamentos contra o genocídio
O repúdio dos estudantes ao genocídio perpetrado por Israel em Gaza se estendeu à Inglaterra, com acampamentos de solidariedade aos palestinos tendo sido criados em Manchester, Sheffield, Bristol, Leeds e NewCastle no 1º de Maio.
O que também implica em solidariedade aos estudantes nos EUA que estão sob feroz repressão policial por exigirem o fim do genocídio e imediato cessar-fogo imediato que assegure a entrada desimpedida de ajuda humanitária.
“Nos solidarizamos com todos que lutam por uma Palestina livre de genocídio e ocupação”, disse um porta-voz do recém instalado acampamento de Manchester ao Morning Star.
“Mais de 100 estudantes passaram a noite de quarta-feira no “Acampamento de Resistência pela Palestina” em Brunswick Park, exigindo que a universidade encerre seus laços com a BAE Systems e outras empresas de armas, corte seus laços com a Universidade de Tel Aviv e a Universidade Hebraica de Jerusalém e pare com todas as “pesquisas antiéticas”, registrou o jornal The Guardian, que descreveu os protestos como pacíficos.
A Coalizão do Campus pela Palestina – formada por estudantes, funcionários e ex-alunos das Universidade de Sheffield e Sheffield Hallam – anunciou que o acampamento “é em solidariedade com o povo palestino e em protesto contra a cumplicidade da universidade com o apartheid israelense e o bombardeio contínuo de Gaza”.
“Nós, estudantes, viemos acusar a universidade de cumplicidade no genocídio dos palestinos em Gaza. Nossa demanda é clara: desinvestir agora”, disse um porta-voz da coalizão.
“Estou orgulhosa de ver nossos alunos tomando uma posição e se juntando a este movimento mundial contra o genocídio em curso em Gaza”, disse a Dra. Lisa Stampnitzky, professora da Universidade de Sheffield.
Apoio expressado também pela entidade Judeus de Sheffield Contra o Apartheid de Israel (SJAIA, na sigla em inglês) que saudou “a caminhada de estudantes da Universidade de Sheffield em solidariedade ao povo palestino. Apoiamos suas ações e pedimos a todos os estudantes e funcionários que o façam e resolvam responsabilizar sua Universidade por sua cumplicidade com o genocídio perpetrado por Israel na Palestina.”
Na Universidade de Newcastle, um pequeno acampamento pró-palestino foi montado em um gramado em frente aos prédios da faculdade, vídeos e fotos nas mídias sociais mostraram. A conta do X “Newcastle Apartheid Off Campus” compartilhou imagens de seu acampamento, que mostra cerca de uma dúzia de tendas no gramado, algumas com bandeiras palestinas penduradas nelas.
O grupo se descreve como uma “coalizão liderada por estudantes lutando por um fim à parceria da Universidade de Newcastle com empresas de defesa que fornecem armamentos a Israel” e disse, em um X post na noite de quarta-feira, que eles passariam a noite.
“O primeiro dia do acampamento está chegando ao fim”, disse o post, acrescentando que “os números estão crescendo a cada hora.”
Estudantes das cidades inglesas de Leeds e Bristol também montaram barracas do lado de fora de seus prédios universitários na quarta-feira em protesto contra a guerra em Gaza, de acordo com a agência de notícias PA.
A Coalizão Estudantes Contra o Apartheid de Leeds denunciou que as parcerias da Universidade com empresas de armas e universidades israelenses “são especialmente perigosas à luz das incessantes campanhas de bombardeios de Israel em Gaza e da intensificação da violência dos colonos na Palestina ocupada.”
A coalizão também condenou a repressão policial nos EUA aos protestos estudantis: “Centenas de estudantes e professores em toda a América estão sendo presos por protestar contra a cumplicidade de suas instituições no genocídio, e a violência policial extrema e excessiva contra manifestantes pacíficos deve alarmar todos nós que valorizamos nosso direito democrático inalienável de protestar.”
Os estudantes de Leeds advertiram que, diante da iminente invasão israelense de Rafah que ameaça matar palestinos em uma escala sem precedentes, “é mais urgente do que nunca para nós acabar com o apoio institucional ao Estado genocida do apartheid”.
Eles acrescentaram que “a cumplicidade da universidade na manutenção do Estado genocida do apartheid de Israel é apenas uma manifestação da mercantilização das instituições de ensino, que priorizam os lucros em detrimento da qualidade do ensino, das condições de trabalho, da moral e ética básicas.”
Também na Universidade de Warwick, no centro da Inglaterra, foi instalado no campus por uma coalizão de organizações estudantis e professores, a “Warwick Stands With Palestine” [Warwick se Levanta com a Palestina].
Fonte: Papiro