Dr. Adnan Al Bursh (esq.) ao atender crianças no Al Shifa | Foto: Reprodução

Foi morto sob tortura em prisão israelense o ortopedista Adnan Al Bursh, diretor do hospital Al Shifa, invadido pelas hordas de Netanyahu em meio ao genocídio na Faixa de Gaza. Um dos testemunhos das torturas infligidas ao destacado médico é um colega seu que o encontrou em uma prisão perto de Be’er Sheva, cidade que fica à entrada do deserto de Neguev, ao sul de Israel.

“Nós mal o reconhecemos”, disseram colegas, que também passaram pela detenção, em declaração anônima ao jornal israelense Haaretz. “Estava claro que ele tinha passado pelo inferno – tortura e humilhações – e privação de sono. Ele sentia dores e sofria com uma forte falta de comida. Nós tentamos falar com ele e acalmá-lo, mas ele estava em choque e parecia assustado e com dor. Ele era uma sombra do homem que conhecíamos”.

A Sociedade de Prisioneiros Palestinos já havia anunciado a morte do médico, Dr. Adnan Al-Bursh, aos 50 anos, em 19 de abril, na prisão de Ofer, que fica em território palestino, na Cisjordânia, para onde teria sido transferido.

Questionados pelo Haaretz, as autoridades israelenses, as apelidadas de ‘Forças de Defesa de Israel’ e o Serviço Prisional de Israel, se recusaram a relatar a causa da morte e ainda não liberaram o cadáver.

O Dr. Al-Bursh foi cirurgião chefe de ortopedia no Hospital Al-Shifa na Cidade de Gaza, quando as forças de invasão o atacaram. Seus colegas relataram como ele foi um médico dedicado no tratamento de feridos sob os bombardeios israelenses. Quando foi ferido por uma das bombas, logo depois de tratado, retornou imediatamente ao trabalho.

Outros médicos, colegas de Al-Bursh, também foram presos pelo exército de Israel e liberados após interrogatórios, relataram.

“Para nós, o Dr. Al-Bursh foi um símbolo, um modelo e fonte de inspiração”, disse outro médico. “De repente, vemos um homem quebrado que mal fala ou entende o que está acontecendo ao seu redor. E então recebemos um anúncio vago de que ele morreu na prisão”.

Os ministérios de Gaza e Ramallah comunicaram que cerca de 496 membros de equipes médicas foram mortos desde o início da guerra, 1.500 feridos e há 309 detidos pelas tropas da ocupação israelense.

Fonte: Papiro